Pura lura, de Cleyson Gomes

Hei de deitar em ti

Minha cova virgem
Para preencher-te de companhia.
O escuro que guardas
Livra-me da claridade do dia,
Agasalha meu corpo frio,
Pálido cadáver sombrio.
Tens um ébrio aconchego
Que encanta qualquer solitário,
Que faz desistir qualquer celibatário
Da missão de “não entregar-se”.
Entrego-te meu corpo
Para alimentar teu desejo,
Para preencher teu vazio
Cheio de segredos.
A claridade da lua
Oculta minha sombra na tua
E busca nas profundezas do âmago
Um poema em teu nome
Que em meu pensamento secreto flutua.

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