César Crispim

O ator, diretor, dramaturgo e produtor cultural Cesar Crispim é natural de Nazaré do Piauí, mas radicado em Floriano. Formado em Administração e Letras Inglês pela Uespi. Já tem mais de trinta anos de carreira nas artes, é o diretor e um dos fundadores do Grupo Escalet de Teatro. Como dramaturgo escreveu as obras como “Um Analista para Cristo” (1990); “Qualidade, a peça que faltava” (1995); “Floriano, suas origens” (1995); “Sesc 50 anos” (1996). Já apresentou em diversas cidades dos palcos piauienses e pelo brasil a fora. Foi contemplado com o prêmio de ator revelação na XIV Mostra de Teatro do Piauí de 1996, além dos inúmeros prêmios recebidos, como o de melhor direção no I Festival Nordestino de Teatro de 2001. Ele é responsável pela Paixão de Cristo encenada na Cidade Cenográfica de Floriano que tem a capacidade para um público de 15mil pessoas e acontece anualmente. A história de César Crispim é entrelaçada à história do Grupo Escalet e da própria cena cultural de Floriano e piauiense.

“Eu sou um homem de teatro, eu sempre fui e eu serei um homem de teatro. Nunca representei uma cena que não fosse uma confissão.” César Crispim

Nome Completo: César Augusto Félix Crispiniano

Descrição: Ator, diretor, dramaturgo e produtor cultural

Data de Nascimento: 20/02/1971

Local de Nascimento: Nazaré do Piauí-PI

 

Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por:
 Alisson Carvalho
Revisado por: Noé Filho

 

César Crispim desde muito cedo foi envolvido com as artes, pois sempre esteve cercado pelas manifestações culturais do folclore. Ele nasceu em Nazaré do Piauí aos quatro meses de idade já fez sua primeira viagem, foi morar em Floriano e criou pela cidade um vínculo indestrutível. Mesmo quando criança, Crispim dividia-se entre o medo pelo Boi e o encanto. O artista conta que em 1985 os artistas fizeram uma manifestação com uma semana cultural na qual ocupavam a beira do cais de Floriano tudo com o objetivo de que reformassem a antiga usina elétrica da cidade que entrou em desuso com a inauguração da Usina de Boa Esperança para transformá-lo em um teatro e espaço que pudesse receber as diversas manifestações culturais. E, segundo César, deu certo, em dezembro de 1986 o prédio é inaugurado. Posteriormente, são oferecidos cursos para incentivar os artistas e Crispim começa a participar das oficinas de teatro. A primeira foi ofertada no Teatro Maria Bonita em 1986, ministrada por Fábio Costa e desde então o seu caminho tem sido o teatro.

Dedicação ao teatro

“Eu sou um homem de teatro, eu sempre fui e eu serei um homem de teatro. Nunca representei uma cena que não fosse uma confissão” , afirma César Crispim. São trinta e um anos dedicados exclusivamente ao teatro, formando e transformando gerações de atores e espectadores no Piauí. O ator, diretor, dramaturgo e produtor cultural começou a fazer teatro com dezesseis anos de idade e já apresentou tanto em várias cidades do Piauí como em outros Estados. A primeira oficina que participou teve a participação de trinta pessoas e foi finalizada com a apresentação da cena “O dicionário” que era uma adaptação de um dos contos de Machado de Assis. Em 1992 César Crispim fica à frente do grupo, pois o diretor e alguns atores saem da cidade para ingressarem na Universidade, em Teresina. César Crispim atuou na “Árvore dos mamulengos” (1992) e com a “Divina Comédia Humana” (1996) o ator é contemplado com o prêmio de ator revelação na XIV Mostra de Teatro do Piauí. Em 1995 o SESC convida o ator para ministrar uma oficina na qual consegue um público de quarenta pessoas e é dessa oficina que surge a ideia de aplicar o conhecimento na construção de uma peça. César relembra que Rivanilda Neves, funcionária do SESC, propõe a montagem da Paixão de Cristo e a ideia foi aceita por todos. César foi se distanciando dos palcos como ator e assumindo o papel de diretor e produtor, ainda chegou a atuar no monólogo “Os anjos de Augusto” (1997) e na peça “Fiéis” (2005) fazendo um dos personagens.

A Paixão de Cristo

A primeira Paixão de Cristo dirigida por César Crispim nasceu como resultado de uma oficina de teatro, eram quarenta atores e o texto foi escrito por José Maria de Nazaré, cedido pelo SESC de Parnaíba em 1995. A primeira apresentação aconteceu na praça de Dom Sebastião Martins, praça matriz de Floriano. A apresentação aconteceu em quatro palcos separados e colocados ao redor da praça. Depois dessa experiência César Crispim começa a produzir e dirigir as próximas apresentações da peça, pois o público começa a crescer a cada apresentação e começa a exigir que alguém assumisse a responsabilidade do espetáculo que se tornou um dos principais eventos culturais do estado. Em 2000 César Crispim se forma em Administração de empresas que, segundo o artista, dá as bases para que ele possa potencializar a parte da produção do Grupo Escalet de Teatro. A “Paixão de Cristo” ainda circulou por algumas cidades do Piauí e posteriormente o grupo consegue aprovar um projeto para a construção da cidade cenográfica que tem 45 mil m². Atualmente o grupo trabalha com trezentos e cinquenta atores na composição do elenco da Paixão de Cristo e a apresentação dura dois dias. “A Paixão de Cristo é feita por amor a deus, ao cristo, eu não vou negar isso. Todos que fazem a Paixão de Cristo dizem que o primeiro sentimento não é pelo teatro, não é pela arte, é por deus”, pontua César Crispim.

“O teatro é o sal da vida, se você não o põe ela fica insossa.” César Crispim

O sal da vida

“O teatro é o sal da vida, se você não o põe ela fica insossa”, diz César Crispim. O trabalho intenso e ininterrupto de César Crispim é produto de uma mente que está em constante estado de criação e esse processo de dar vida às ideias flui de maneira espontânea, em qualquer lugar, mas cada ideia é registrada no bloco de notas do artista. É quando todas as especialidades do artista se unem para materializar as ideias, o lado criativo do escritor começa a montar as possibilidades do texto, o diretor vai guiando essa escrita e percebendo as possibilidades da cena que será criada e o lado ator começa a visualizar as personagens atuando. Ter vivenciado cada um dos lados do teatro, seja como espectador, ator ou como diretor, fez com que Crispim enxergasse a cena de vários ângulos. E como diretor ele busca no diálogo com outras profissionais formas para ampliar os conhecimentos e experiências para a formação dos integrantes do Grupo Escalet de Teatro. E Cesar Crispim acredita que esse companheirismo é algo importante em um grupo de teatro, tanto que as suas montagens têm o toque coletivo, todos do grupo participam das várias etapas da construção dos espetáculos. Afinal, o teatro é uma arte coletiva, é um espaço onde as experiências se conectam.

O Grupo Escalet

A história de César Crispim e do grupo Escalet de Teatro se confunde porque é uma trajetória que anda de mãos dadas. Afinal o artista nunca abandonou o grupo que foi fundado em 1987 como resultado do esforço e interesse de jovens florianenses em movimentar as artes cênicas na cidade. Nesses trinta anos ininterruptos de atividade o grupo vem atuando na cena teatral e sempre procurando dialogar com a comunidade piauiense, tanto circulando por diversas cidades quanto nos festivais e mostras de teatro pelo Brasil. Além disso, o grupo desenvolve atividades socioculturais. O que começou como oficina de teatro logo se transformou em um dos grupos de maior expressão do Piauí. Em 1992 eles estreiam o seu primeiro espetáculo na capital teresinense “A arvore dos mamulengos” de autoria de Vital Santos dirigido por Lorena Campelo, e em 1996 apresentam o espetáculo “Divina Comédia Humana” na XIV Mostra de Teatro do Piauí. Já participaram de festivais nos estados do Paraná, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Piauí. Entre as montagens estão os espetáculos “A Árvore dos Mamulengos”, “A Menina e o Boizinho”, “A Bruxinha que era boa”, “O Castelo Ra-tim-bum”, “O Mágico de Oz”, “Os fiéis”, “Quem Tem Medo da Solidão”, “A Mais Forte”, “Desperte Qualidade”, “Paixão de Cristo’, “Auto de Natal”, “São Francisco” e “Porque contamos estórias”. O grupo recebeu em 2001 e 2002 a Comenda de Mérito Cultural do Governo do Estado do Piauí pelo trabalho desenvolvido junto à cultura e da Federação de Teatro de Minas Gerais pelo auxilio no desenvolvimento da cultura por meio dos espetáculos apresentados. No Estado do Paraná o grupo foi escolhido como a melhor linguagem cênica do Brasil, dentre outros prêmios que só afirmam esse trabalho desenvolvido com muita dedicação e competência.

O homem do teatro

César Crispim largou tudo para se dedicar às artes, especialmente ao teatro. Sua paixão não tem tamanho, toda a sua trajetória foi construída levando em consideração o teatro e o aproveitamento de diversos saberes para ajudar a valorizar a cultura de Floriano, assim como do próprio grupo. Com o tempo a função do teatro se tornou maior que uma paixão pessoal, passou a ser um projeto social. O teatro foi ampliando e construindo Cesar Crispim, dilatando o seu olhar a respeito do mundo, educando um corpo para os palcos, mas também para a vida. Apesar dos obstáculos e das condições adversas, Cesar Crispim demonstrou como a força de vontade aliada a grandes ideias podem transformar uma realidade e não é simples otimismo, é muita perseverança que fizeram dele um defensor das artes. Ele imagina um futuro melhor, um Piauí mais envolvido com a sua identidade cultural e que por meio desse envolvimento possamos exportar para o mundo nossa arte e ter orgulho de ser quem somos.

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Espetáculos

 

Outras fontes

http://www.escalet.com.br/open.php?open=sobre

http://www.florianonews.com/noticias/floriano/florianense-cesar-crispim-e-um-dos-indicados-para-o-trofeu-pauta-cultural-40782.html

http://www.cultura.pi.gov.br/grupo-escalet-de-teatro-estreia-novo-espetaculo/

 

Última atualização: 20/05/2018

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