Tássia Araújo

A artista multimídia, cineasta, fotógrafa e produtora cultural Tássia Araújo é natural de Teresina, formou-se em Comunicação Social pela Faculdade Santo Agostinho em 2010 e concluiu pós-graduação em Direção de Arte em Comunicação pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo em 2012. Fez o curso intensivo de férias em Documentário na Cinema na Academia Internacional de Cinema – AIC-SP em 2018. Em 2015 foi contemplada no prêmio Comunica Diversidade (MinC), com o projeto Parada de Cinema #2; Em 2016 foi selecionada entre 7 artistas para o Prêmio de Criação em Artes Visuais (Fundação Cultural Monsenhor Chaves FCMC – Teresina, PI) com o projeto Fronteira; Em 2017 foi selecionada para a mostra local e regional do CineSesc com o curta-metragem “Mar Vermelho”. No mesmo ano conseguiu que aprovação da 5ª Mostra Parada de Cinema – Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo no edital de Mostras e Festivais do MinC, em co-realização com o Instituto Punaré/Canteiro. E, como diretora teve, seu primeiro longa-metragem aprovado no edital local de produção audiovisual (SECULT/ANCINE) (2017/2018), também com parceria com o Instituto Punare/Canteiro. É curadora de cinema brasileiro contemporâneo desde 2013. Seu trabalho “transita pelos campos do audiovisual, performance e antropologia, no qual as relações se estabelecem no vídeo e no corpo formando uma linguagem híbrida da sociedade contemporânea”.

“O cinema é uma forma de me aproximar das pessoas, do mundo, e do que acontece ao seu redor.” Tássia Araújo

Nome Completo: Tássia Souza Araújo

Descrição: artista multimídia, cineasta, fotógrafa e produtora cultural

Data de Nascimento: 09/04/1987

Local de Nascimento: Teresina-PI

Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Noé Filho

Uma busca constante

Às vezes a arte acontece por acaso e foi justamente por acaso que aconteceu com Tássia Araújo, pois nunca se passou pela cabeça da artista que um dia ela seguiria pelo cominho do audiovisual, mesmo no período escolar quando tinha as suas aulas sobre os grandes pintores com a professora Lívia. Afinal, Tássia sempre gostou mesmo foi dos esportes, tanto que passou nada menos que dez anos praticando judô e foi por meio do esporte que ela viajou para vários lugares como Argentina. “Eu sou muito engajada, tudo que eu faço eu gosto de me envolver, de saber até onde eu posso ir”, diz Tássia. E foram tantas entrevistas dadas nesse período atuando como atleta que a menina passou a se interessar pela área e decidiu estudar Jornalismo. Ela conta que cresceu tendo contato com jornalistas, pois eles estavam sempre presente acompanhando as vitórias dos atletas, assim como alguns treinos. Mas a nova rotina como estudante acabou afastando Tássia do mundo dos esportes, porém ela nunca deixou de buscar esse complemento que acharia posteriormente no audiovisual.

Plantando sementes

Foi só depois de se formar em Comunicação Social em 2010 que Tássia Araújo começou a se encontrar artisticamente, pois foi quando ela arriscou e decidiu cursar a pós-graduação em Direção de Arte em Comunicação pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo em 2012. Tássia conta que foi por meio das experiências vividas na especialização que seu interesse pelo audiovisual aflorou. O contato com o cinema instigou o desejo por mais conhecimento guiando as suas leituras e pesquisas. Tássia começou a estudar tudo que podia relacionado ao cinema, como o curso de serie e direção de arte na academia internacional de cinema em 2012. Todas essas experiências foram importantes para o amadurecimento não só artístico como pessoal, e segundo a artista foi ao retornar para Teresina, em 2013, que ela conseguiu perceber a sua própria cidade e as particularidades que de cada lugar. E o cinema foi essa lente que permitiu enxergar esses outros sujeitos que passavam despercebidos, além de ser a sua ferramenta de atuação. Não adianta só reclamar, é preciso tentar, é necessário agir sem perder o senso crítico e enxergar não só ausências, mas também as potencialidades do cenário.

O boi de salto

Foi em Florianópolis que Tássia Araújo conheceu a antropologia da imagem com a professora Carmen Rial e depois disso não largou mais o tema continuando a pesquisa em Teresina, mas agora dialogando com o professor Alejandro Labale. Instigada por tudo que foi vivenciado na especialização, em São Paulo, Tássia Araújo retorna à Teresina recheada de ideias. E na busca pelo diálogo e conhecimento do cenário artístico teresinense, Tássia Araújo acaba conhecendo o artista visual Solon Ribeiro. “O Solon foi outro que rasgou completamente minha visão do que eu poderia fazer. Ele me mostrou outras possibilidades para além de cinema. Eu posso trabalhar com várias linguagens no audiovisual, com experimentação”, diz Tássia Araújo. A oficina foi o germe para diversas obras como a performance “Açougue” que são registros de vídeos de passeios por mercados à céu aberto de Teresina, feita em parceria com o ator e performer Zé Reis. Foram essas vivências que deram o suporte necessário para a artista multimídia conhecer os caminhos da performance e ampliaram a sua percepção artística misturando linguagens, usando a projeção e performance para descolar o cinema do lugar, dialogando com diversos espaços.

“A câmera é meu terceiro olho ou o único, porque é a forma de me aproximar do mundo, de um mundo que não é meu e que às vezes eu até faço parte dele.” Tássia Araújo

Um olhar sensível

Tássia Araújo participou da Semana do Audiovisual Teresina (SEDA) que é um espaço de interação entre profissionais do audiovisual, mas visando formas alternativas de produzir e fazer cinema. O SEDA era uma mostra que acontecia paralelamente em todo o país, e foi nessa mostra que Tássia teve a sua primeira experiência com produção cultural fazendo parte da organização, lá ela conheceu outros profissionais do audiovisual e diversos filmes experimentais. Além disso, dialogou com os artistas do Galpão do Dirceu que a artista dilatou o seu olhar sobre as artes, contato que fez a artista se aproximar da dança e mesclar essa expressão artística com o cinema. Posteriormente a artista organiza a Parada de Abril e a experiência fez com que ela conhecesse o cenário do cinema nacional. Ela destaca o trabalho de alguns profissionais como Cláudio Assis, Anna Muylaert, Virgínia de Medeiros, Cão Guimarães, Kiko Goifman, Petra Costa, Nan Goldin. Além do trabalho dos piauienses Monteiro Júnior, Thiago Furtado, Jonathan Dourado, Javé Montuchô que compõem o leque de referências para a artista. Aliado a tantas vivências, o olhar sensível de Tássia Araújo foi guiando as suas criações e ela também fez do cinema uma forma de denúncia, mostrando um lado da sociedade que geralmente é invisibilizado, o mundo das travestis. “A câmera é meu terceiro olho ou o único, porque é a forma de me aproximar do mundo, de um mundo que não é meu e que às vezes eu até faço parte dele”, diz Tássia Araújo.

Parada de cinema

“O cinema é uma forma de me aproximar das pessoas, do mundo, e do que acontece ao seu redor”, afirma Tássia Araújo. Em 2014 Teresina ganha uma mostra de audiovisual, a Parada de cinema, que é coordenada pela Tássia Araújo. “O objetivo da mostra é criar um diálogo entre as diversas produções do cenário brasileiro, exibindo obras independentes dos mais variados formatos, técnicas e gêneros”. A Parada de Cinema é atravessada por diferentes formas de expressão artísticas como o videomapping e a videoinstalação, nas quais utilizam a imagem e/ou som como forma de comunicação. No evento são exibidos filmes de longa, média e curta-metragem. A mostra é uma forma de também dialogar com o espaço, com a cidade, levando as projeções para lugares não convencionais . Além de ter uma programação bem diversificada, agregando várias linguagens, performances, debates e oficinas. “A personalidade da parada é a diversidade, pois ela é bem diversa e isso faz parte do meu trabalho. Eu me considero uma artista multimídia porque meu cinema perpassa por outras áreas e linguagens dentro do próprio cinema e da imagem. Isso também se reflete na Parada”, diz Tássia Araújo.

Para além da tela

A inquietude e criatividade incontida fez de Tássia Araújo uma artista que rompe diversas fronteiras, não cabendo em uma só arte ou linguagem. Tanta mistura e um olhar amplo fez dela uma pessoa que dialoga com vários universos, como do audiovisual à dança. Tássia Araújo veio para criar laços e com propostas criativas cujo impacto afeta positivamente o cenário local. Sua preocupação em movimentar as artes e compartilhar o que foi aprendido ao longo da sua formação com o audiovisual reflete nos espaços de diálogos criados nas diversas mostras nas quais a artista coordena ou idealiza. Ela pertence a uma geração que impactou as artes no Piauí, esteve com Francisco das Chagas na construção e idealização dos elementos que representariam o coletivo Salve Rainha, ambos seguiram caminhos diferentes, mas ainda assim impactando profundamente a cidade de Teresina. Tássia Araújo foi construindo o seu espaço, sempre dialogando com as diversas artes, com os espaços e propondo a intervenção na cidade e desse trabalho dilatado, muitas vezes experimental, é que muitas novas ideias surgem e dão certo.

Contatos

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www.youtube.com/channel/UCQ8k7EXdOPbQNQ1p03wo-sg

br.linkedin.com/in/tassia-araujo-71511353

Fotos

 

Vídeos

Curta-metragem

Boi de Salto (2014)
Depoimento (2017)
Mar Vermelho (2016)

Outras fontes

https://www.paradadecinema.org/single-post/2018/05/03/Parada-de-Cinema-estreia-com-experimento-audiovisual-acessível-e-noite-transmídia

Por Tássia Araújo

https://www.youtube.com/channel/UCLYDgafEo4ugZhujXl4hzyg

 

Última atualização: 13/05/2018

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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