Jasmine Malta

Criar é necessidade do artista, não tem como represar a criação, a arte também acaba sendo a forma de escape encontrada pelos sentimentos para a manifestação das subjetividades do artista. E tem artista que tem tanta criatividade armazenada que não cabe em uma só expressão artística, assim é com a professora, designer de interiores, escritora e artista visual Jasmine Soares Ribeiro Malta. Ela é natural de Teresina, formada em Letras pela Universidade Estadual do Piauí, Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Piauí, Design de Interiores pelo Instituto Camilo Filho, Mestre em Letras pela Universidade de Pernambuco. Jasmine é também uma das coordenadoras e organizadora do Salão do livro do Piauí (SALIPI), escreveu no blog do Jornal O Dia de 2010 a 2013, além disso já participou de exposições mostrando o seu trabalho com artes visuais e participou de antologias como “Baião de todos” (2016). “Eu não consigo viver mais sem minha produção artística. E tem que ser ampla, ela está na minha literatura, na minha pintura, na minha dança, no meu grafite. Ela está nesse meio todo”, diz Jasmine Malta.

“Eu não consigo viver mais sem minha produção artística. E tem que ser ampla, ela está na minha literatura, na minha pintura, na minha dança, no meu grafite. Ela está nesse meio todo.” Jasmine Malta

Nome Completo: Jasmine Soares Ribeiro Malta

Descrição: Professora, designer de interiores, escritora e artista visual

Data de Nascimento: 19/04/1975

Local de Nascimento: Teresina-PI

Uma infância regada de arte

Filha da dona de casa Maria de Lizieux e do advogado Antônio Ribeiro Neto, Jasmine Malta teve uma infância regada de arte e o resultado foi um florescimento da artista multifacetada que vemos hoje. Graças ao incentivo materno Jasmine aprendeu a pintar, desenhar, bordar, além de ter sido inserida no universo da música, artesanato e da poesia. A brincadeira, para a família, era a explorar o potencial criativo de todas as formas possíveis e com os recursos disponíveis. Jasmine Malta relembra as noites com apresentação de saraus com a leitura dos livros que a mãe apresentava às duas filhas. Além disso, Jasmine cresceu acostumada a fazer redações baseadas em temas apresentados pela mãe. A pintura foi substituída pelo desenho posteriormente, quando a mãe de Jasmine, Maria de Lizieux, desenvolveu uma alergia a tinta. A partir desse momento Jasmine aprendeu a copiar desenhos por meio da técnica de observação. Na adolescência Jasmine conheceu a literatura piauiense por intermédio do pai e da tia, Veronica Ribeiro. E por encontrar uma aluna com essa vivência artística os professores sempre tiveram um grande carinho e admiração pela menina. A artista fala da importância dos seus professores que sempre incentivaram o seu desenvolvimento artístico, ela já foi aluna de Wellington Soares, Luiz Romero, Cineas Santos, entre outros. E com tantas influências o trajeto de Jasmine Malta não poderia ser outro que não a dessa grande artista.

O azul nas telas

A paixão despertada ainda na infância pelas artes visuais ganhou novas cores quando Jasmine Malta começou a cursar Artes Visuais, a partir daquele momento a artista passou a conhecer a diversidade de materiais e racionalizar o que antes era exposto por meio da inspiração. O curso acrescentou inúmeros conhecimentos e técnicas, como a gravura aprendida com a professora Yolanda Carvalho. Assumir-se artista não foi tão fácil, para Jasmine foi necessário dialogar com outros profissionais, principalmente professores como a artista plástica Josefina Gonçalves, para se sentir segura e começar a expor as suas criações. A artista conta que sempre buscou ter uma linguagem própria, sem seguir padrões já testados ela priorizou a espontaneidade nas suas criações. As formas de se expressar por meio da pintura foram se transformando ao longo da vida de Jasmine Malta, se antes eram recheados de paisagens, a rua, natureza, com o tempo passaram a representar prédios e a figura feminina. Suas telas têm cores diversificadas, mas ela confessa que a cor preferida é o azul que estará presente em quase todo trabalho, de forma discreta ou não.

Livro vivo

O livro não é só uma forma de transmitir conhecimentos, ele precisa fazer parte da vida das pessoas, precisa ser vivo. Por isso Jasmine Malta insiste no poder que a leitura tem e fala sobre as suas diversas paixões na literatura, destacando Alencar e Aluísio de Azevedo. Ela também conta que poucas pessoas no mundo conseguem lembrar o dia que se conheceram, mas ela lembra exatamente como conheceu o professor Cineas Santos e foi na livraria Corisco, na infância quando a menina folheava livros de autores piauiense. A obra recomendada por Cineas “A dama do lago” encantou tanto a menina que ela voltou à livraria e viu na mesma prateleira a obra “Serra das confusões” de H. Dobal, mas por ser muito grande não pode levar e, anos depois, no seu aniversário em 2018 Cineas a presenteou com a obra. Além dos laços criados por meio da leitura, a artista que desde cedo participou de concursos de literatura, destaca a importância da escola no seu desenvolvimento como pessoa, pois foi lá que recebeu uma educação holística, com conhecimentos que iam desde o ensino convencional, às experiências práticas nos laboratórios e artísticas com o incentivo da criatividade dos alunos. A escola Andreas era muito à frente do seu tempo, tinham alunos com deficiência visual, com autismo e uma diversidade de características incomuns para as escolas da época. E Jasmine conta que foi na universidade que sua escrita saltou para outro nível depois que começou a estudar teoria literária.

“A coisa mais fantástica que a gente pode ter através da arte é conseguir se resgatar. Nada se compara a sentar e produzir, pra mim esse é um momento de encontro que eu tenho e que é maravilhoso.” Jasmine Malta

Libertando-se das regras

“A coisa mais fantástica que a gente pode ter através da arte é conseguir se resgatar. Nada se compara a sentar e produzir, pra mim esse é um momento de encontro que eu tenho e que é maravilhoso”, pontua Jasmine Malta. A arte é muita emoção, liberdade criativa, é soltar a mão, a imaginação e se desprender das formulas e regras, segundo a artista. E Jasmine diz ter encontrado na dança essa liberdade para expor todo o seu potencial criativo. E depois do curso de aquarela, a artista aprendeu a “soltar a mão”, deixando a tinta correr livremente e do amalgama formado pelas misturas a artista foi se desvencilhando do excesso da razão que costumava interferir no processo criativo. Na literatura Jasmine Malta tem um processo criativo mais metódico, quando ela termina de escrever o esqueleto do texto em prosa, repassa para o seu primeiro revisor, o marido, Normandes Malta, e depois reescreve dando o acabamento final da obra. Já na poesia ela transforma a inspiração momentânea em versos, e para não perder o momento de concepção grava as ideias que invadem os pensamentos no dia a dia para depois transcrever para o papel. Os poemas variam de tema, vão do erotismo ao saudosismo, são criações caóticas, livres. Jasmine Malta gosta dos desafios poéticos e sempre que pode faz parcerias com os colegas músicos, como Jonas Memória. A artista é tanto pulsão de momento como disciplinada frutos de todo capital cultural adquirido com muitas leituras, experimentações e vivências.

Amor de mãe

“A minha relação com o Salipi é antiga, é outro filho que eu tenho. O Salipi pra mim é até hoje uma parte muito importante”, frisa Jasmine Malta. Mesmo se tentasse, Jasmine Malta, uma das organizadoras do Salão do Livro do Piauí, o Salipi, ela afirma que não conseguiria se afastar dessa feira do livro que se tornou uma das feiras mais importantes do Nordeste. São dezesseis anos de contribuição para o evento, ela rememora com orgulho que a palestra de abertura do Salipi foi sua e que foi proposta pelo Wellington Soares que fez o convite da artista que comenta o quanto foi impactante ver um auditório cheio de espectadores, dentre eles pessoas que são referências para ela. A partir disso ela passou a ser chamada para contribuir no salão até finalmente entrar para a Fundação Quixote e fazer parte da equipe. Jasmine se emociona ao lembrar dos depoimentos de pessoas que foram transformadas pelo Salipi, como o poeta Thiago E. que confidenciou ter escolhido virar poeta depois que entrou em contato com os livros de poesias expostos nos estandes, além de toda uma geração de escritores e leitores que surgiram após o surgimento do Salipi.

Encontro com a arte

Jasmine Malta é uma das grandes artistas que não se pode enquadrar em uma única arte, em uma única função, pois ela é expressão e criação em tudo que faz, da sala de aula às telas a artista consegue mostrar todos os frutos da paixão e dedicação pelas artes. E esse empenho reflete no trabalho responsável desenvolvido por Jasmine Malta. E as diversas experiências deram à educadora e artista uma visão holística que é compartilhada não só nas artes, mas sobretudo com os seus alunos. Compartilhar conhecimento e tentar transformar a vida das pessoas por meio das artes é um dos objetivos que já apresenta seus resultados positivos. Existe uma geração de artistas que tiveram como referência Jasmine Malta que está constantemente nos mostrando a importância de preservação da nossa cultura, de tudo que construímos ao longo do tempo e como essa herança dialoga com a atualidade. Para a artista que sonhou em fazer a diferença na vida das pessoas, Jasmine Malta é a diferença em um mundo cada dia menos altruísta e solidário, ela está nas entrelinhas dos poetas frutos de uma geração de leitores pós Salipi.

Contatos

facebook.com/jasmine.malta

instagram.com/jasribeirom

jasminemalta@gmail.com

Fotos

 

Vídeos


Participações em antologias

Baião de Todos (2016)

Outras fontes

https://cidadeverde.com/noticias/235283/antologia-poetica-reune-48-autores-piauienses-de-expressao

https://cidadeverde.com/noticias/163970/jasmine-malta-organizadora-do-salipi-e-a-convidada-no-feito-em-casa

 

Última atualização: 29/04/2018

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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  1. Que belíssima trajetória, a dessa grande professora,escritora e artista visual! Seu amor pela a arte e cultura é algo notável e contagiante!Parabéns!

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