Lena Rios

Maria do Socorro Siqueira Barradas, mais conhecida como Lena Rios, nasceu no mesmo dia do aniversário de Teresina, 16 de Agosto, motivo de orgulho pela coincidência. A cantora, jornalista e radialista já apresentou em diversas capitais do Brasil se destacando no Rio de Janeiro e São Paulo. A lista de artistas que a cantora teve contato é imensa. Ela já gravou na Philips e Polydor, produzida por Roberto Menescal, Mazzola, Rildo Hora, Jairo Pires e Carlos Lemos, gravando músicas inéditas de Torquato Neto, Wally Salomão, Raul Seixas, Luiz Melodia, Jards Macalé, Sérgio Cabral, Rildo Hora, César Costa Filho, João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Nilson Chaves, Carlos Pinto e Carlos Galvão, entre outros. Além disso ela regravou Cartola, Ismael Silva, Adoniram Barbosa, Luiz Gonzaga entre outros. Dos festivais que participou destaca-se o VII Festival Internacional da Canção (1972) que aconteceu no Maracanãzinho, ficando entre os três primeiros classificados disputando com centenas de concorrentes cantando a canção “Eu sou eu, Nicuri é o Diabo” em parceria com o grupo “Os Lobos”.

A cantora eclética explorou vários estilos musicais, indo do sertanejo ao rock, afinal a Lena Rios sempre detestou os rótulos. Lena Rios já gravou os discos: “De tudo um pouco” (1976) e “Lena Rios” (1977) pela Gravadora CBS; “4º Encontro Nacional do Compositor de Samba” (1976), pela Gravadora Polydor LP; “Sem essa aranha” (1972) e “Os grandes sucessos do FIC 72 – VII Festival da Canção” (1972) pela Philips. Lena Rios é um dos grandes nomes da música brasileira e a voz piauiense que continua encantando o Brasil e influenciando gerações.

“A música é tudo na minha vida. Eu não saberia viver sem a música.” Lena Rios

Nome Completo: Maria do Socorro Siqueira Barradas

Descrição: Cantora, compositora, jornalista e produtora

Data de Nascimento: 16/08/1950

Local de Nascimento: Teresina-PI

A paixão pela música

A música e o jornalismo cruzaram o caminho de Lena Rios desde cedo e foi paixão certa. Filha de Raimundo Barradas, que tocava sanfona, e da violinista Helena Siqueira Barradas, Lena Rios teve uma infância regada com muitos estímulos artísticos. A cantora conta que, em uma de suas viagens à cidade de Jaicós, onde o avô, Valdomiro Jácome de Araújo, morava, teve a oportunidade de assistir ao espetáculo do circo “Marilene” e, encantada com o canto da rumbeira, desejou cantar ali mesmo. O pai de Lena mandou buscar a sanfona e acompanhou a filha, que mostrou pela primeira vez o seu talento à plateia. Ela relembra que uma das suas maiores alegrias aconteceu aos sete anos de idade quando foi assistir à apresentação do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, no programa de auditório “Clube do Papai Noel” da Rádio Difusora e correu para abraçar o ídolo. Para sua surpresa ela foi convidada pelo próprio Luiz Gonzaga para cantar a canção “Sabiá” ao seu lado. Depois disso Lena Rios não parou mais, desafiou tudo e todos para seguir a carreira de cantora, fugiu de casa, cantou doente e sempre foi uma mulher à frente do seu tempo.

A querida Barradinha

Lena Rios rememora que desde a infância ganhou o apelido de “Barradinha’, por causa do sobrenome paterno. Registrada com o nome Maria do Socorro Barradas, a cantora adotou o nome do marido, Juliano Falconery Rios Neto e passou a se chamar Maria do Socorro Barradas Falconery Rios. E, como todo artista, ela precisava de um nome para se lançar como cantora, então certa vez, por volta da década de setenta, ela reuniu-se com Torquato Neto, Carlos Imperial e Carlos Lemos no Rio de Janeiro para juntos encontrarem um nome artístico que melhor representasse a cantora. Nessa reunião Torquato sugeriu a adoção do nome da mãe, Helena, conhecida entre os colegas por Lena e todos concordaram com a ideia. Nasceu ali a cantora Lena que lançou o primeiro disco com o novo nome, posteriormente incluindo o sobrenome Rios, ficando com o nome artístico “Lena Rios”, como é conhecida até hoje.

A trajetória da cantora

Sempre persistente na busca pela concretização do sonho de ser cantora, Lena Rios narra que, apoiada por alguns amigos do grupo de teatro do qual fazia parte, formou o conjunto “Os Leões” em 1965, uma das primeiras bandas de rock de Picos, que era composto pelos integrantes: Graziane Fonseca, Zezé Batista, Jorge de Moura Granja, Francisco Antônio Xavier, Francisco Campos e Reginaldo Mendes de Oliveira. A cantora saiu de Picos e veio morar em Teresina, depois conheceu a banda “Os Brasinhas” e soube da vaga aberta para cantora, foi fazer o teste e ficou como cantora. Foi nessa banda que Lena Rios conheceu o seu marido, Jimmy Baiano, e fugiu para casar com o guitarrista. E motivada pelo sonho de ser cantora, Lena deixa a cidade para tentar a sua carreira no Rio de Janeiro e lá conheceu o segundo marido, Márcio Leonardo, com quem teve o filho Marcelo Leonardo. Posteriormente casou com Pedrinho Netroglicerina, com quem teve o filho “Kaio Gracco”. Depois casou-se com Deley e teve o filho Francisco das Chagas. No Rio de Janeiro, assistida por Torquato Neto, Lena conseguiu se apresentar nas casas noturnas mais conhecidas da cidade e conheceu o produtor Roberto Menescal. A cantora só retornou à Teresina depois que a sua mãe, grande incentivadora da sua carreira, faleceu em 1979. E conseguiu conquistar o seu espaço tanto na música quanto no jornalismo, fazendo grandes amigos nesse percurso artístico.

“Minha inspiração é a paixão mesmo, é o amor.” Lena Rios

Jornalismo nas veias

Não tem o que negar, Lena Rios nasceu com o dom do jornalismo e desde cedo trabalhou na área. Ela foi uma jornalista precoce, já exercia a função bem antes da vida adulta. Com apenas 13 anos de idade a menina, que sonhava em ser cantora, ganhou o seu primeiro programa como radialista. Enquanto cursava o terceiro ano científico no Colégio Paulo Ferraz, em 1967, Lena se apresentou à sede do Jornal O Dia para pedir um emprego, na ocasião ela teve que escrever um texto e foi aprovada, então começou a trabalhar no Jornal escrevendo na coluna Juventude em Foco, que era publicado três vezes na semana, passando posteriormente a ser publicado diariamente. Depois disso a coluna passou a se chamar “Barradinha, Vê, Ouve e Informa”. Lena Rios foi construindo sua própria carreira, na mesma época a cantora apresentou o projeto de um programa de rádio para o Dr. Valter Alencar na Rádio Clube e depois de fazer um teste foi aprovada, apresentando, três meses depois, o programa “Carnet Social – tudo o que acontece na Sociedade” ao lado de Mauro Júnior. Lena Rios dedicou-se ao jornalismo, dividindo a carreira entre a música e a rádio. Já trabalhou na emissora Meio Norte, sendo responsável pelo sucesso de programas de destaque como o “Ronda Policial”, além disso a jornalista passou por todos os Jornais e Rádios de Teresina. Lena Rios é destaque em tudo que faz, seja como radialista, jornalismo ou cantora.

Cantiga piauiense de Torquato Neto

Lena Rios abandonou tudo para seguir o sonho de ser cantora. A cantora conta que ao chegar no Rio de Janeiro viveu como hippie e que naquela época, década de 1970, ser hippie era moda de quem era das classes abastadas, dos filhos revoltados que saiam de casa para morarem nas praças. Foi nesse período que ela foi falar com o produtor artístico Carlos Imperial e mesmo sem permissão ela esperou na porta do produtor até conseguir falar com ele e convencê-lo de que era uma cantora.

Lena e Torquato estudaram na mesma escola (Leão XIII), quando ela chegou no Rio Torquato estava na França, mas posteriormente Nonato Buzar convidou Lena para conversar com Torquato que estava gravando no estúdio, como o artista tinha abertura com as gravadoras do Rio de Janeiro ele prometeu ajuda-la e fazer de Lena uma cantora conhecida nacionalmente. Posteriormente Lena Rios apresentou Torquato Neto ao produtor que ofereceu uma coluna na Revista Amiga e Última Hora ao artista.

Torquato divulgou a amiga nas colunas mais importantes da época como a Geleia Geral, além das colunas do Zózimo Barroso do Amaral, do Carlos Swan, do Ibraim Sued, do Tárik de Souza, do J. R. Tinhorão, do Arthur da Távola, dentre outras. Torquato conseguiu que Lena se apresentasse nas casas noturnas mais conhecidas do Rio de Janeiro: Monsieur Pujol, Flag e Number One. Torquato também recomendou a cantora ao produtor Roberto Menescal e Lena Rios foi contratada pela Philips. E a amizade era tão grande que Torquato traduziu os sentimentos da amiga compondo a letra “Cantiga Piauiense para Lena Rios”, sintetizando o espirito da teresinense que correu atrás dos seus sonhos.

O legado da Barradinha

A música é a arte que ultrapassa qualquer barreira e, nas mãos da cantora Lena Rios, a música se tornou mais que expressão de sentimentos, foi o fio condutor das suas relações afetivas, responsável pelas suas amizades e a maior motivação para continuar lutando. Também conhecida como Barradinha, Lena Rios é a voz piauiense que conquistou o Brasil, já cantou ao lado dos grandes nomes da música brasileira, se apresentou em programas de destaque nacional como o programa do Raul Gil, do Chacrinha e do Sílvio Santos. Sua importância para a música brasileira é imensurável, a cantora conquistou um espaço no cenário musical que poucos artistas conseguiram e hoje suas canções ecoam em vários lugares do Brasil. Lena batalhou pelo sonho de ser cantora, deixou família, marido, foi uma mulher que desde cedo correu atrás dos seus objetivos. Lena Rios fez mais sucesso fora do Piauí, mas deixou profundas marcas e um grande legado na sua terra natal, principalmente no jornalismo. Lena Rios é a inspiração na música, um exemplo de artista compromissada com os seus sonhos e que nunca desistiu de soltar o gogó e nos encantar com a sua voz.

Fotos

Vídeos

Discografia

Lena Rios (1978);

De tudo um pouco (1976);

4º Encontro Nacional do Compositor de Samba (1976);

Sem essa aranha (1972);

Os grandes sucessos do FIC 72 – VII Festival da Canção (1972).

Outras fontes

http://dicionariompb.com.br/lena-rios

https://180graus.com/cultura/lena-rios-conheca-a-trajetoria-de-uma-grande-artista-do-piaui-352386

https://cidadeverde.com/noticias/98520/lena-rios-recebe-homenagem-e-chora-no-talentos-do-piaui

https://180graus.com/cultura/lena-rios-conheca-a-trajetoria-de-uma-grande-artista-do-piaui-352386

 

Última atualização: 04/03/2018

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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