Me sinto
tão pequeno
tão tímido
diante das coisas
do mundo
e dessas forças sem nome
há tantas coisas sem nome
como estas que me fazem
sumir por dias e te procurar
sempre na hora estranha
da noite mais longa
de um ano difícil como este
mas como voltar pra casa
após tantos anos de autoexílio?
é como ir ao cemitério com doces
ou à igreja com asas
é só o que nos resta, baby
É a coragem pra fugir
quando tudo é prisão
há tantas coisas sem nome
tantas coisas sem voz
no peito de quem não tem par
e o que nos resta é fugir
pra dentro de um filme
ou de uma canção
é sempre a mesma história, baby
fugir quando tudo é prisão
Poesia de Ithalo Furtado
Livros
“Uma pedra em cada por enquanto” (2013);
“Dolores (e os remédios para dormir)” (2016).