Chore não
Um rio não morre à toa
Corre na terra e não voa
Rio não é avião
É só um leito assentado
eternamente pousado
entre as agruras do chão
o rio é um berço da infância
onde se banha a lembrança
do nosso corpo molhado
O rio é uma estrada d’água
onde lavamos a mágoa
de um sonho não consumado
Falo do Parnaíba
rio que já faz tempo
vai morrendo pouco a pouco
vai pouco a pouco morrendo
Falo do Parnaíba
que deságua no meu peito
cheio de peixes graúdos
e de Torquatos pequenos
Seus coloridos vapores
as beiras cheias de cores
as margens dos meus amores
e dos mergulhos serenos
Falo de um rio bonito
que existiu noutro tempo
E hoje persiste mito
pela poesia do vento
Poesia de Climério Ferreira
Livros
Memórias do Bar do Pedro e outras canções (1975)
Canto do Retiro (1977)
A Gente e a Pantasma da Gente (1978)
Alguns Pensames (1979)
Essa Gente (1984)
Artesanato Existencial (1998)
Pretéritas Canções (2006)
Memorial de Mim (2007)
Da poética Candanga (2010)
Poesia Mínima & Frases Amenas (2011)
Poesia de Quinta (2017)