entre linha limpa descanso sutil não se desdobra
claro enigma em superfície inerte paz abandonada
o inexato revelar de obscura possibilidade
ou sem linha alguma talvez planta ou gelo ou chama abstrata
ameno vácuo inscrevendo a simbologia do caos
surdo grito perdido em tinta pelos signos da mão
este estranho arabesco de murmúrio e cinza detém
esta palavra infecunda em lauda congelada em vão
rabisco hieróglifo ideograma eólico beijando o vazio
nem mestre nem discípulo em apagada estrada escura
como palavra reescrita esquecida de acontecer
poesia de Adriano Lobão