Wellington Soares

Wellington Soares - Foto José Ailson (Um Zé)

Wellington Soares é escritor e professor, natural de Teresina, é formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí, já esteve na organização da maior feira de livros do Piauí, o Salão do livro do Piauí (Salipi), uma parceria que durou dez anos, além de ter contribuído para a construção e organização de outras feiras literárias no estado. É um dos editores da revista Revestrés. Autor dos livros: “Linguagem dos Sentidos” (1992), “Maça profanada” (2003), “Por um triz” (2007), “Um beijo na bunda” (2011), “O dia em que quase namorei a Xuxa” (2013) e “Cu é lindo & outras histórias” (2016). Wellington é um apaixonado pela arte e, principalmente, pela leitura, um incentivador da leitura no estado, leciona literatura no ensino médio desde a sua formação como professor.

“Os livros e as letras me tornaram o que eu sou hoje. Não posso me imaginar fora desse universo, quer dizer, as letras e os livros me tornaram uma pessoa melhor, mais humana, mais fraterna, mais sonhadora.” Wellington Soares

Nome Completo: Wellington de Jesus Soares

Descrição: Escritor e professor

Data de Nascimento: 15/12/1958

Local de Nascimento: Teresina-PI

Arte na infância

Wellington Soares é um dos nove filhos da dona Raimunda, o escritor é um apaixonado pelas artes circenses, a sua infância foi marcada pelas apresentações dos circos que chegavam à Teresina e se instalavam ou na praça da Bandeira ou na praça do Marquês. Junto com os seus amigos investiam na árdua tarefa de tentar assistir ao espetáculo circense quantas vezes fosse possível, eram tão obstinados que sempre retornavam, mesmo se fossem expulsos. Além do circo ele se apaixonou pelo cinema, queria assistir aos filmes do Cine Rex e do 4 de Setembro, que também exibia filmes. A paixão perdurou e hoje ele conta ser um apaixonado pelos filmes de Faroeste e Kung Fu. Os cordéis também atraíram a curiosidade do menino que observava as apresentações dos repentistas frequentadores do Mercado Velho. Isso tudo foi compondo o seu repertório imagético que um dia seria exposto na escrita. Wellington conta que sempre foi um garoto tímido, por isso procurou o teatro, quis vencer as suas barreiras e conseguiu, hoje ele chega a se ministrar aulas para turmas enormes. O escritor conta o quanto essas experiências lúdicas marcaram a sua infância, pois até hoje ele se considera um apaixonado pelo circo, cinema e teatro.

Da solidão à literatura

O escritor Wellington Soares era um menino tímido, retraído, e encontrou na leitura uma importante companhia. Começou a pegar o gosto pela leitura aos poucos, passando pelos gibis e jornais até chegar nos livros. A leitura é uma pratica solitária, mas naquele momento construía uma rede de interações que forçava as crianças a sair para comprar e trocar revistas e figurinhas dos álbuns. Wellington conta que os livros e o teatro foram fundamentais para o seu amadurecimento e que por ser filho prematuro, sempre esteve acompanhado por vários tipos de problemas de saúde, por isso ele era cercado pelos cuidados da família. Quando não estava brincando, estava lendo. E ele cita o livro “Ulisses entre o amor e a morte” de O. G, Rego de Carvalho, como uma das obras marcantes e impactantes na época. A outra obra que lhe arrancava risadas era “Dom Quixote” de Miguel de Cervantes, cujas sátiras das cavalarias medievais prenderam a sua atenção e roubaram o sono e a fome tamanho é o poder de envolvimento com a história.

O humor que desarma

“Eu gosto muito do humor, é uma forma inteligente e criativa de você demolir o careta, o sisudo, o sério, o tradicional, o conservador, quer dizer, o rir para você dar esse salto de qualidade.” Wellington Soares. É preciso rir, mas sem esquecer de mergulhar nas entrelinhas e discutir sobre aquilo que foi lido. Wellington conta que estreou na literatura escrevendo contos, como é o caso dos seus dois primeiros livros: “Linguagem dos Sentidos” (1992), “Maça profanada” (2003). Em 2006 ele começou a colaborar no Jornal Meio Norte escrevendo crônicas semanais aos domingos e ele aceitou o convite, afinal Wellington era um leitor das crônicas de Rubens Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond Andrade e Carlos Eduardo Novais, este último escrevia crônicas humoradas que despertavam seus risos nas manhãs na época que ele morou no Rio de Janeiro para cursar Biologia. Assim Wellington Soares começou no humor, pois a crônica permite abordar uma crítica social com o humor, inclusive satirizando os fatos extraídos do cotidiano.

“Arte é o sopro de vida, é o que dá sentido à vida. Não é que você não consiga viver sem a arte, mas é uma vida diminuta, é uma vida menor.” Wellington Soares

Colhendo bons frutos

“O artista, às vezes, avança e ele puxa a sociedade. O papel do artista é fazer com que a sociedade, que é conservadora, assimile novos conceitos, novos comportamentos e novos valores”, diz Wellington Soares. Sobre o polêmico título “Cu é lindo & outras histórias”, o escritor conta que se inspirou primeiro no poema da Adélia Prado intitulado “Objeto de Amor”, o qual exclama “o cu é lindo!” e que certa vez, tendo ido à lanchonete do Abraão, viu um picho na parede do cemitério São José que dizia “O Piauí é o cu do mundo”, foi quando o escritor teve a ideia de qualificar a frase vinculando-a ao poema da poeta, e ele conclui: “Se a poeta diz que o cu é lindo e a pichação diz que o Piauí é o cu do mundo, então o Piauí é o lugar mais lindo do mundo.” Para o escritor, o Piauí tem grandes nomes, como: Mário Faustino, Torquato Neto, O.G. Rego de Carvalho, Assis Brasil, Benjamin Santos, Francisco da Silva, Da Costa e Silva, H. Dobal, Clóvis Moura, Isis Baião, Nathan Sousa, Demetrios Galvão, Thiago E, Vanessa Trajano, Adriano Lobão e tantos outros nomes. Ele cita a geração pós 69 que merece destaque, como o poeta Paulo Machado, o contista Airton Sampaio e o cronista Rogério Newton. Aos novos escritores ele pede que: “Sejam teimosos, todo artista deve ser movido por isso, pela teimosia. Se você gosta e tem paixão, nunca desista.”

A leitura muda o mundo

O escritor Wellington Soares já tentou ingressar no curso de Biologia, tentou ser ator, mas se encontrou mesmo foi na sala de aula e de lá não saiu mais. Ele fez da profissão o seu sacerdócio, são mais de 35 anos no magistério, apesar de ter começado dando aulas de gramática, foi na literatura que Wellington se firmou. “Todos os temas são permitidos na literatura. Os livros falam dos seres humanos vivendo em sociedade e vivendo os seus conflitos, os seus dilemas e as suas angústias”. E o trabalho como educador não se restringe à sala de aula, o escritor afirma que o seu propósito é formar leitores, por isso ele investiu em ideias que tem esse viés como a Locadora de Livros, Revestrés, Salipi, além de outras feiras literárias que ajudou a organizar no Piauí.  A Locadora de Livros foi uma iniciativa sua e do professor Washington Ramos, que cobrava 0,20 centavos e posteriormente 0,50 centavos para o empréstimo de um exemplar. Depois o Wellington se juntou com os professores Luiz Romero e Nílson Ferreira para ampliar um projeto já desenvolvido pelo Cineas Santos que se chamava “Língua Viva”, os quatro chegaram ao nome Salão do Livro do Piauí e em 2003 fizeram a primeira edição do salão que é sucesso até hoje. A Revista Revestrés nasceu dentro da livraria Anchieta, da necessidade de se reinventar e que unisse todas as manifestações artísticas. Hoje a revista é considerada uma das melhores revistas culturais do Brasil, divulgando o melhor da cultura piauiense e conquistando novos leitores.

Sempre se reinventando

O escritor Wellington Soares não é só um dos maiores incentivadores da leitura e da Cultura do Piauí, como um grande educador. Suas obras bem-humoradas transformam temas emergentes em risos, promovendo reflexões. As letras transformaram a sua vida e em contrapartida ele dedica-se a democratizar e espalhar o hábito da leitura em todo o Piauí. A arte, portanto, é o que nos reanima, mostra quem somos, uma vida sem arte para Wellington é uma vida diminuta. O escritor e professor aspira o crescimento da arte nas escolas, é um amante dos livros e da sala de aula, um educador que gosta de estimular os seus alunos e transformá-los em leitores assíduos. Seu esforço para universalizar a leitura é sentido desde a locadora de livros, o Salipi e até na Revestrés. Wellington Soares não para de se reinventar, pois gosta do movimento e não de se acomodar, ele está sempre indo atrás dos seus objetivos, mesmo que os recursos não sejam tão grandes.

Contatos

http://instagram.com/wellingtonsoarespi

Fotos

Vídeos

Livros

“Linguagem dos Sentidos” (1992);

“Maça profanada” (2003);

“Por um triz” (2007);

“Um beijo na bunda” (2011);

“O dia em que quase namorei a Xuxa” (2013);

“Cu é lindo & outras histórias” (2016).

Outras fontes

https://cidadeverde.com/noticias/236616/wellington-soares-lanca-coletanea-de-contos-e-cronicas-na-anchieta

https://180graus.com/blog-geral/cu-e-lindo-wellington-soares-lanca-sua-nova-obra-que-veio-para-causar

 

Última atualização: 12/11/2017

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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