Com a hipervalorização da imagem na nossa sociedade, somos estimulados a casa segundo por milhares de cliques que muitas vezes não dizem nada e nesse bombardeio de imagens, alimentado pelas redes sociais, um olhar sensível muda tudo, nos faz parar e apreciar aquilo que é mais que uma imagem, é uma fotografia, um livro contando a história de uma personagem perdida em algum lugar esquecido pelo mundo. Assim, são as fotografias criadas pelo fotógrafo, escritor e fotojornalista Regis Falcão. Natural de Piripiri – PI, é fotógrafo desde 2003 e que ministra cursos e oficinas de fotografia. É fototojornalista, atuando em coberturas de matérias para veículos nacionais e internacionais. Articulista e membro do Piauí Photo Clube. Participou da organização de diversos “Varais Fotográficos” e atividades relacionadas, além de diversas exposições nacionais e internacionais. É, também, assessor de imprensa, fotógrafo de bandas, fotógrafo documental. Como escritor teve alguns contos premiados. Atualmente Regis é repórter fotográfico na prefeitura de Timon e professor de fotografia em Teresina.
“Eu gosto muito de contar histórias, de ler histórias, de me apropriar delas e a fotografia é a forma que eu encontro de fazer isso.” Regis Falcão
“A minha pretensão com a fotografia é contar histórias, seja a história do personagem que eu fotografei, seja a minha.” Regis Falcão
“O que a fotografia me trouxe de mais valioso foram as pessoas que eu conheci no caminho, desde personagens que eu jamais imaginei que fosse chegar perto até pessoas conhecidas ou não.” Regis Falcão
Nome Completo: Regis de Arêa Leão Falcão Filho
Descrição: Fotógrafo, escritor e fotojornalista
Data de Nascimento: 24/06/1982
Local de Nascimento: Piripiri-PI
O primeiro olhar para a arte
Regis Falcão relembra como a arte fez parte da sua infância, sendo, pois, o cinema em preto-e-branco o responsável pelo envolvimento do garoto com a arte, tudo graças ao seu pai que apresentou ao garoto os clássicos das telonas do antigo Cine Rex, como se não bastasse se encantar com as projeções o pai do fotógrafo fez questão de mostrar ao filho onde e como acontecia a magia do cinema, então o garoto pode conhecer o cinema tanto na perspectiva do espectador, quanto na perspectiva de quem projeta o filme. Dessa paixão foi que começou o interesse por contar histórias. Depois ele ainda enveredou para as artes plásticas, experimentou desenhar, mas diz nunca ter sido bem-sucedido na área e por isso acabou deixando o desenho de lado, tentou estudar Artes no Cefet para conhecer mais aquele universo, foi quando, por produto do acaso, a fotografia entrou na vida de Regis.
Uma nova paixão para substituir um coração partido
“Foi quando eu estava de coração partido que eu conheci o maior amor da minha vida”, diz Regis Falcão. A fotografia foi apresentada ao Regis há, mais ou menos, 15 anos e desde então ele não deixou de investigar as possibilidades da área, transformando o hobby em ofício. A brincadeira foi ganhando mais espaço na sua vida e, segundo o fotógrafo, a fotografia foi se instalando até dominá-lo. Regis não se orgulha disso, mas estudou Direito e trabalhou na parte jurídica de um banco, foi quando decidiu arriscar e abandonou tudo para estudar e se aperfeiçoar em fotografia. Então começou a cursar Jornalismo e passou a ser fotógrafo. “O que eu gosto de fazer é fotografia e foda-se, eu dei um tiro no escuro, larguei aquilo e fui atrás do que eu gosto de fazer ”, comenta Regis. Hoje o fotógrafo conta trabalha com o que gosta, diz ter feito a melhor escolha da sua vida. A fotografia proporcionou as melhores e mais diferentes experiências, como revela o fotógrafo, coisa que não seria possível trabalhando no antigo emprego.
Um universo inventado
O fotógrafo é a soma das suas experiências, ele não se constrói sozinho e nesse diálogo com o mundo Regis Falcão destaca a sorte de ter amigos que são fotógrafos excelentes, como: Maurício Pokemon e Adriano Carvalho. Destaca também um dos grandes fotojornalistas brasileiros, José Medeiros, que é piauiense e foi fotógrafo da revista Cruzeiro. Além de Cartier-Bresson e Sebastião Salgado, que são fotojornalistas e fotodocumentaristas por excelência que também trabalham com o preto-e-branco. Não teria como não beber na fonte da literatura, como um apaixonado pelas narrativas e por cinema, Regis está nesse constante diálogo tentando compreender seus personagens e transmitindo uma história por meio da fotografia. Entre as suas referências da literatura ele destaca Júlio Verne, escritor francês e Julio Cortázar, escritor argentino. A fotografia de Regis Falcão tem, majoritariamente, pessoas como objeto principal, são os seus personagens inventados pelo seu olhar, pela forma de retratar, que é a sua forma de narrar uma história, uma história inventada, inventada pelo olhar de quem construiu a fotografia.
E esse vínculo entre literatura e fotografia acontece, segundo o fotógrafo: “Porque os dois são narrativas de mundo irreais, toda literatura é um universo criado. Não interessa se eu estou fazendo fotojornalismo ou tirando um retrato do cotidiano, do que está acontecendo, ainda assim é um universo inventado”.
“A fotografia é uma realidade inventada.” Regis Falcão
O contador de histórias
Contar histórias por meio da fotografia é materializar os sentimentos do fotógrafo, é ali na junção de ângulos, luzes e cores que podemos entender quem é o escritor que imprime um olhar sem palavras. Regis Falcão diz usar a fotografia como um meio para contar histórias, mas suas personagens surgem da observação, do jogo da conquista entre o fotógrafo e a pessoa, esse processo intimista faz o fotógrafo conhecer, pesquisar, entender o microuniverso de casa pessoa fotografada. Um processo dialogado onde o fotógrafo vai cativando e sendo cativado até que ele consiga fotografar a personagem e transmitir todas aquelas experiências contadas na sua fotografia. Regis é um crítico do próprio trabalho, isso força-o a estar em constante evolução, sempre tentando melhorar. Ele comenta que se apaixona pelas histórias, pelas memórias que elas trazem, mas que tem um enorme desapego por elas. Ele comenta que o risco de ser fotógrafo é o ego e que é preciso ter a vontade de evoluir esteticamente. “A fotografia te expande, te abre para um universo novo, cada vez que você olha pra fotografia você faz uma fotografia.”
Obstáculos na profissão
Parece contraditório, mas é justamente por causa da popularização e valorização da imagem que a profissão de fotógrafo está passando por dificuldades. Entretanto, mesmo com tanta imagem sendo compartilhada e perdendo a validade em segundos, segundo Regis Falcão, as pessoas estão menos atentas, parecem não enxergar todos os momentos que estão ao seu redor. Estão sobrecarregando o olhar, e parafraseando Sebastião Salgado, “A gente tem muitas imagens e poucas fotos”. É preciso investir na profissão de fotógrafo, investir não só em equipamentos, mas também em cursos. E a construção e treinamento do olhar fotográfico, a apreensão das técnicas para ser bom no ofício é tanta que o profissional deve se valorizar, contudo há certo desrespeito dentro da própria profissão. Regis acredita que a valorização da profissão deve partir do próprio profissional, que deve ser, inclusive, sincero com seus próprios limites técnicos. Apesar de tantos atropelos, o fotógrafo conta que é apaixonado pela fotografia. “O que a fotografia me trouxe de mais valioso foi pessoas que eu conheci no caminho, desde personagens que eu jamais imaginei que fosse chegar perto, pessoas conhecidas ou não.” Regis convida os interessados em entrar para a profissão a criar fotografias, condensar as 500 imagens em uma única fotografia que diga de fato alguma coisa.
O olho é o espelho da alma
Um olhar releva mais que palavras vazias. As fotografias de Regis Falcão nos fazem um convite para mergulhar no universo das suas personagens e encontrar dentro da narrativa uma grande parte sua. Você é atraído diretamente para o olhar que revela mais que um indivíduo imerso na sua própria realidade, revela um criador, um contador, revela o próprio fotógrafo. A fotografia é para Regis uma forma de retratar a alma, a parte mais sensível da subjetividade humana, ela é o próprio fotógrafo, é quem ele quer ser, quem gostaria de ser, quem jamais será. Você olha para a fotografia do Regis e vê o Regis. Essa conexão entre a personagem e o fotógrafo é um convite que se completa com o terceiro sujeito, o observador. Apesar de não se considerar artista e sim um contador de histórias, as suas fotografias transformam, incomodam e encantam. Ele vai na contramão do mundo e tanta registrar aquilo que, muitas vezes, é ignorado. São nas comunidades mais esquecidas, nas personagens desconhecidas que Regis encontra algumas das suas inspirações, registradas em tons de preto que nos fazem mergulhar em memórias vivas, misturando realidade com ficção.
Contatos
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Fotos
Exposições
Participante da exposição FOTO 14, em Juiz de Fora/MG – 2014;
Participante da exposição fotográfica “Artes de Março”, no Teresina Shopping – 2012;
Participante da exposição fotográfica “Salão de Fotografia do Piauí” – Casa da Cultura – 2011;
Participante da exposição fotográfica “Quatro Olhares e Um Caminho” na UPE (Universidade de Petrolina/PE) Outubro de 2010;
Participante e organizador das exposições fotográficas “Varal Fotográfico” do Piauí Photo Clube (edições II, III e IV e V).– 2009-2011.
Artigos
Autor do artigo “Edição, por que não? Uma análise discursiva do recurso de manipulação digital em fotografia”;
Autor do artigo “Fotografia e a dialética do olhar – A relação entre o fotógrafo como emissor-mediador e o observador”;
Autor do artigo (em andamento) “Psicodinâmica das cores e formas na composição. Uma análise semiótica da linguagem fotográfica”.
Outras fontes
http://forum.mundofotografico.com.br/index.php?topic=86702.0
Última atualização: 29/10/2017
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