Avelar Amorim

Avelar Amorim - Foto José Ailson (Um Zé)

Apresentamos o artista plástico Avelar Amorim. Avelar, natural de Miguel Alves-PI, é formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Piauí, e possui mestrado em Antropologia, pela mesma instituição. O premiado artista plástico já tem mais de 20 anos de trabalho profissional, e atualmente divide seu tempo entre o ensino de Artes no Colégio Técnico de Teresina, o desenvolvimento de suas telas, e ainda a direção do Grupo de Teatro Mosay, grupo em que também participa como ator. Durante algum tempo, ocupou o posto de Coordenador de Artes Plásticas da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, período em que ganhou grande visibilidade, tendo seu trabalho reconhecido por artistas de dentro e fora do nosso estado. Avelar Amorim é um dos grandes nomes das artes visuais plásticas piauienses, e durante essa semana iremos conhecer um pouco mais de sua história.

Nome Completo: Avelar Amorim Lima

Descrição: Artista plástico, cenógrafo, professor, diretor, ator

Data de Nascimento: 05/12/1980

Local de Nascimento: Miguel Alves-PI

A infância do artista

O menino Avelar Amorim, cresceu admirando o trabalho do pai, que desenhava e fotografava, e diz ter herdado daí seu gosto pelas artes. Apesar de ter pai fotógrafo, Avelar nunca teve o desejo de seguir por esse ramo. Bom, se a fotografia não era uma opção, os desenhos eram, e como eram. Avelar sempre gostou de desenhar, pelo menos desde que se lembra. Que ninguém lhe desse carrinhos, pois os seus presentes preferidos eram cadernos de desenho e pincéis hidrocor. Em 2000, já morando em Teresina, o jovem iniciou o curso de Artes Plásticas na UFPI, e mesmo antes de sua formatura, já havia recebido o prêmio de melhor pintura no Salão de Artes Plásticas (2004), por sua obra “A noiva jogada”. De lá para cá, Avelar já realizou várias exposições, e tem seu nome citado sempre que se fala dos grandes artistas visuais plásticos do Piauí. Em seu novo trabalho intitulado “Entre nudez e avelarianas”, o artista apresenta suas mais recentes obras além de uma proposta erótica retratada em 30 aquarelas masculinas. A abertura da exposição vai acontecer nessa terça-feira, dia 21, ás 20h00min, na Casa da Cultura de Teresina. Vale a pena conferir.

A identidade do artista

As características marcantes nas obras do artista plástico Avelar Amorim são as diversas texturas exploradas por ele, além das cores vivas e intensas com dégradés suaves que vão desde formas orgânicas até o figurativo expressionista. Sobre as cores escolhidas para suas pinturas, Avelar afirma que elas estão mais ligadas à sua identidade enquanto artista do que ao clima de Teresina. Ainda é possível perceber o ar de dramaticidade presente tanto nos personagens quanto nos cenários de suas telas, tudo fruto de sua vivência teatral. Sobre os principais temas que aborda em suas pinturas, o artista afirma já ter trilhado diversas fases, sempre mantendo o expressionismo como referência. Foi em uma dessas fases, que em 2004, durante o Salão de Artes Plásticas do Piauí, o artista plástico ganhou o prêmio de melhor pintura com “A noiva jogada”, obra que fazia parte da exposição “Noivas”, série de quadros que retratavam mulheres de cunho nordestino, com perfis diferentes, vestidas para o ritual do casamento.

Uma arte que provoca

Avelar se preocupa com a mensagem que suas obras vão passar, não lhe interessa que elas sejam um objeto meramente ilustrativo. O artista plástico acredita que todo trabalho impacta de alguma forma na sociedade, transformando o modo das pessoas pensarem. Talvez por isso, na sua fase seguinte, de cunho mais erótico, tenha convidado artistas piauienses de peso, como Rogério Albino, para expor obras na mostra “Saliências”, que para ele, tratava-se de um manifesto artístico por discutir um tema considerado tão ousado. Após essa fase, seguiu para o floral, e nas suas obras mais recentes continua retratar personagens e cenários com características teatrais. E foi com uma dessas pinturas, que mostra bem a identidade do artista, ao expor o exagero de forma e cores, numa representação nua e crua da elite burguesa, que ele voltou a ganhar, o prêmio de melhor pintura no Salão de Artes Plásticas do Piauí, de 2010, pela obra “Gente fina é outra coisa”.

Do teatro para as telas

Pouca gente sabe, mas o teatro se manifestou na vida de Avelar Amorim muito antes das artes plásticas. Avelar começou a atuar em esquetes apresentadas na igreja, ainda em Miguel Alves-PI. Mas a paixão pelas artes cênicas aflorou, quando ainda no ensino médio, assistiu ao espetáculo “Auto de Lampião no Além”, apresentado pelo grupo Harém. Foi a partir desse momento que Avelar começou a participar de oficinas e se profissionalizar, ingressando no extinto grupo de Teatro Experimental Universitário (TEU), da UFPI.  Há mais de 10 anos, o artista dirige e atua no grupo de Teatro Mosay. E entre tantos momentos marcantes que o teatro já lhe proporcionou, destacamos a premiação do monólogo “Apareceu a margarida”, dirigido por ele, e interpretado pela atriz Edite Rosa no Festival Nacional de Monólogos, além da assinatura única e muito elogiada do espetáculo “Cantata Gonzaguiana”, em que o artista trouxe em sua cenografia elementos que aproximaram o espectador das raízes nordestinas, além das já emblemáticas cores avelarianas, de tom expressionista, presentes no quadro de Gonzaga, localizado no fundo de cena. Todos os elementos postos, abrilhantaram o musical que tinha João Cláudio Moreno como intérprete, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Teresina sob a regência do maestro Marco Aurélio Melo. A Cantata foi um trabalho primoroso e repleto de significados.

Desafios na arte piauiense

Para o artista plástico Avelar Amorim, foi Deus quem colocou a arte em sua vida para lhe satisfazer como pessoa. Se quando mais novo tinha dúvidas se o passatempo favorito iria ou não virar profissão, hoje em dia ele diz que não se imagina mais sem o desenvolvimento de seus trabalhos artísticos, com as telas ou com o teatro. Avelar desenvolveu identidade própria, e é impossível não reconhecer seus traços fortes e o ar de dramaticidade presente nos personagens e cenários quase teatrais, retratados em suas telas. Para Avelar, o que falta no Piauí, é a valorização dos artistas, o que torna a vida desses profissionais muito difícil. Até por isso, o seu conselho para quem está começando a pintar é muito estudo e persistência na prática, até que a técnica esteja dominada, momento em que o artista pintará sem preocupação, deixando seus instintos lhe guiarem. Avelar diz ainda que o reconhecimento do trabalho artístico não vem da noite para o dia, mas que ele chega, bastando que o artista faça bem, aquilo a que se propõe.

As referências do artista

Avelar Amorim conseguiu garantir sua vaga entre os artistas plásticos contemporâneos do Piau. Tendo com referências o pintor simbolista austríaco Gustav Klimt, a carioca Beatriz Milhazes, e os piauienses Afrânio Castelo Branco e Hostyano Machado, Avelar realiza um trabalho carregado de autenticidade e significados. Dono de traços fortes e cores vivas, desenvolve obras que fazem pensar e buscam tocar quem as vê, seja com suas telas ou ainda através de suas peças. O artista segue, com suas cores fortes, seu talento teatral, e muita criatividade, se mostrando cada vez mais engajado em através da arte, levar mensagens relevantes para a sociedade.

Contatos

http://instagram.com/avelaramorim

avelartes@gmail.com

+55 86 99994-5283

Fotos

Vídeos

 

Exposições

“Entre nudez e avelarianas” (2017);

Teatro

“Gaiola Vermelha” (2017)

“Apareceu a margarida”

Outras fontes

http://entrecultura.com.br/2017/01/18/artista-plastico-avelar-amorim-expoe-novo-trabalho/

https://cidadeverde.com/noticias/187752/feito-em-casa-mostra-obra-de-avelar-amorim-no-arte-em-foco

http://entrecultura.com.br/2017/02/22/entre-nudez-e-avelarianas-por-avelar-amorim/

 

Última atualização: 19/02/2017

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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