Wêiler Barroso

Wêiler Barroso – Foto José Ailson (Um Zé)

Wêiler Barroso é ilustrador e estudante de Educação Física na UFPI. Com menos de dois anos divulgando seus desenhos no Instagram, já coleciona uma legião de seguidores que são atraídos por suas postagens que tratam de temas relacionados aos sentimentos humanos. Filho de artistas plásticos, o menino sempre desenhou como uma forma de passar o tempo. Mas foi para se curar de um término de relacionamento que Wêiler voltou suas atenções para o desenho. “Quando eu me encontrei com os desenhos, consegui expressar o que realmente sentia”, declara o ilustrador. Com um trabalho altamente sensível e intimista, o jovem ilustrador tem ganhado cada vez mais destaque na cena artística piauiense. Já expôs no “Salve Rainha”, “Rock Gol” e também no “Edifício The Doors”. Ilustrou o livro “Escrevi sua história” do escritor Afonso Celso e ainda e desenvolveu o conceito de capa do segundo CD da banda paulista “Sons de Saturno”.

“Quando eu me encontrei com os desenhos, consegui expressar o que realmente sentia.” Wêiler Barroso

Nome Completo: Wêiler Barroso da Costa e Silva

Tipos de arte: Ilustrador

Data de Nascimento: 13/05/1998

Local de Nascimento: Teresina-PI

Primeiros rabiscos

Por ser filho de artistas plásticos, a arte sempre esteve presente na vida do ilustrador Wêiler Barroso. O jovem se recorda que desde muito novo já gostava de rabiscar. Lembra inclusive de uma história engraçada sobre uma das primeiras vezes em que desenhou algo. “Meu pai tinha um álbum antigo de desenho que ele amava. E quando ele foi trabalhar peguei esse álbum escondido da minha mãe, e comecei a rabiscar desenhos abstratos no verso dos desenhos. Quando meu pai chegou em casa e viu aquilo se assustou”, recorda o ilustrador. Depois desse episódio passou a desenhar cada vez mais, e em todos os lugares possíveis, até mesmo no verso das provas. Para Wêiler os desenhos eram um passatempo divertido, mas não passavam disso. Mas um dia tudo isso mudou.

O Instagram do rei da bad

Quem nunca ficou mal por conta de um término de relacionamento? A chamada “bad” já inspirou centenas de artistas a realizarem trabalhos aclamadíssimos como uma forma de expurgar de si os sentimentos ruins. Com o ilustrador Wêiler Barroso não foi diferente. Após um término de relacionamento, e sem saber muito bem com quem conversar sobre o que estava passando, ele resolveu usar o desenho como uma forma de desabafo, e vê aí sua decisão mais acertada. “Posso dizer que o papel foi uma ajuda para superar minhas dores”, pontua. Os primeiros desenhos de desabafo vieram no começo de 2015 e tratavam fortemente de temas como saudade e solidão, assunto ainda muito recorrente em suas postagens. A ideia de criar o Instagram partiu de amigas que viram seu portfólio de desenhos e ficaram surpresas com a qualidade dos desenhos que ele criava. Wêiler acatou a ideia e criou uma conta para publicar seus desenhos, ainda feitos com caneta nanquim, na rede social. A resposta foi imediata. Entre ilustrações de trechos de músicas e outros textos, ninguém era tão sentimental quanto o ilustrador, e a sua pegada de saudade se popularizou. Entre os amigos virou o “Rei da bad”.

Inspirações

Achou a história do ilustrador Wêiler Barroso parecida com a de alguém? Talvez com a sua, não é mesmo? Mas nesse caso estamos falando do designer e ilustrador carioca Felipe Guga, que também criou uma série de desenhos que fizeram sucesso na internet. Apesar de temáticas retratadas nos seus desenhos não serem os mesmo que as de Wêiler, os traços e as cores são bem semelhantes. Inclusive Wêiler conversou com Guga, mostrou alguns de seus desenhos para ele antes de começar a publicar, e recebeu o maior apoio do designer. Outro nome que também inspirou os traços de Wêiler foi o cartunista e cientista político Matheus Ribs. A primeira fase dos desenhos de Wêiler foi toda em preto e branco, pois tratava-se de suas primeiras experimentações. Ainda no mesmo ano, resolveu começar a trabalhar com tintas, algo que fez com que suas dores diminuíssem. “Assim que comecei a mexer com as cores, que para mim são sinônimos de alegria, fui deixando a tristeza de lado”, declara o ilustrador.

“Eu desenho para expressar o que o texto não diz.” Wêiler Barroso

O Impasse

Tudo aconteceu muito rápido na vida do ilustrador Wêiler Barroso, e no mesmo ano em que começou a publicar seus desenhos, surgiu um impasse na sua vida. Apesar de tantas influências artísticas na família como o pai Erivaldo da Costa e a mãe Laurecy Barroso além dos tios tatuadores Nilton César Barroso e Miguel de Jesus Barroso e tio artista plástico Genivaldo Costa, nunca pensou em seguir por essa área. Sempre foi um amante dos esportes, e pretendia seguir por essa área. Seu plano era prestar vestibular para Educação Física, mas a arte lhe tocou profundamente, e foi aí que surgiu o impasse. Chegou a desativar seu Instagram nesse período de turbulência. O ilustrador não sabia se deveria levar os desenhos a sério, tomando aquilo como profissão ou se deveria seguir pela área dos esportes, desejo que já alimentava há bastante tempo, e que lhe ofereceria maior estabilidade. Conversou com seu pai sobre o assunto, e aconselhado a escolher o que o fizesse bem, o jovem decidiu investir na área artística. Iniciou nesse ano o curso de Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí, e já pensa grande. Quer aprender cada vez mais sobre desenhos, e quem sabe se tornar um dos melhores na sua área. Potencial para isso ele tem.

Transição de temas e o ganho de confiança

Atualmente o ilustrador Wêiler Barroso diversifica os temas de seus desenhos. Mesmo gostando muito de retratar a “saudade”, agora ele também ilustra sobre outros assuntos. Segundo ele, o processo ocorreu naturalmente. A partir do momento em que desenhava, as dores iam diminuindo, e assim ele se liberava dessa sensação saudosista. As cores que passou a usar refletem muito seu novo momento, o recomeço. Todo os desenhos de Wêiler são sempre muito intimistas e todo o processo interno que está vivendo. O ilustrador também destaca que não tem hora certo para desenhar. As inspirações vêm de repente, às vezes quando está ouvindo uma música, lendo alguma coisa ou no meio conversa com alguém. Ele destaca também que não planeja o que vai desenhar a partir dessas inspirações, uma vez que as imagens já chegam completamente formadas em sua cabeça. O amadurecimento do trabalho de Wêiler trouxe a segurança sobre suas criações. Se um dia o ilustrador já foi inseguro quanto a qualidade dos seus desenhos, hoje ele se é o primeiro a postar nos próprios traços, e pontua, “quando você passa a gostar da sua arte, a pessoa que fala mal não chega a te atingir”.

O Descobridor de mundos

Ele não descobriu um novo planeta, constelações ou mesmo como o Cosmos surgiu. Mas tanto quanto um astronauta, ele avistou o que existe para além do céu. Contemplou um vasto e infinito universo criativo, e com seu talento é capaz de registrar cada uma dessas descobertas no papel, em cores e frases que agradam milhares de seguidores. O menino que tinha o sonho de se tornar um viajante espacial, consegue por meio das suas retas e curvas trazer novos mundos para sua vida e para a vida de outros, e assim se sentir realizado. Tudo flui. Basta tinta, uma ideia e o papel certo. E por falar em papel, e a ele que o ilustrador Wêiler Barroso mais agradece por seu atual momento de vida. “Pelo que vivi até hoje, posso dizer que o papel foi uma ajuda para superar minhas dores”, afirma. Com sua “poesia desenhada”, forma como designa seu estilo, tem espalhado boas mensagens, e se destacado como uma das jovens promessas das artes visuais piauienses.

Contatos

http://facebook.com/weiler.pardal

http://instagram.com/odesenhismo

Fotos

Vídeo

 

Exposições

Salve Rainha (2016);
Rock Gol (2016);
The Doors (2017);
Salipi (2017);
Nexa PI (2017);
Mostra Internacional Galeria Montmatrer (2017);

“Astronautas” (2017).

Outras fontes

 

Última atualização: 19/10/2017

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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