Ítalo Lima

O poeta e artista visual Ítalo Lima tem 24 anos, é natural de Teresina, é formado em Publicidade e Propaganda, pós-graduado em Literatura e linguística. Trabalha como Redator Publicitário na agência S/A Propaganda. Foi um dos vencedores do concurso Contos da Cidade 2013, da Prefeitura Municipal de Teresina com o conto “Ver(bo)”. Já participou de várias exposições pelo Estado, atualmente vende quadros com as suas poesias e trabalhos artísticos. Esse ano publicou o livro “Quando a gente se mata numa poesia”. Escreve sobre a solidão, ex amores, pinta angústias e aflições trazidas no peito, um sucesso também nas redes sociais.

“A poesia é uma forma de manifesto, é uma forma de manifestar o que eu sinto, a poesia é verbo.” Ítalo Lima

Nome Completo: Ítalo Lima

Descrição: Escritor e artista visual

Data de Nascimento: 02/07/1993

Local de Nascimento: Teresina-PI

Uma infância diferente

Ítalo Lima relembra que sempre esteve cercado pelas letras e que desde as primeiras séries na escola ele desenhava fugindo dos desenhos básicos que eram solicitados pelos professores. Suas tentativas de pincelar a vida dando novos contornos incomodou os professores que tentavam enquadrá-lo ao perfil dos demais alunos. Seus traços e rabiscos não se contentavam em reproduzir apenas o que era pedido, ele já tentava se expressar artisticamente, mas não encontrou quem soubesse entender as suas primeiras manifestações artísticas. Ítalo trocava as brincadeiras na infância pela leitura, ele conta que lia de tudo e não importava que seu entretenimento fossem as revistas ou livros velhos, o garoto corria para o fundo do quintal da casa e devorava tudo que era recolhido. “Eu troco uma festa pelo meu canto, para me debruçar sobre os livros, a literatura e a poesia”, diz o poeta.

A poesia e a forma

Para quem não sabe o Ítalo Lima começou a cursar Letras, mas teve que deixar o sonho de lado. Então ingressou no curso de Publicidade e Propaganda que transformou da água para o vinho sua forma de se expressar artisticamente. O novo curso exigia agilidade e forçou o poeta a sintetizar a mensagem. Portanto, foi por meio dos conhecimentos adquiridos no curso que Ítalo Lima começou a escrever poesias mais curtas, usando a forma a seu favor, criando uma forma bem singular de transmitir seus sentimentos. “A publicidade mudou completamente a minha visão”, diz o poeta. As novas referências começaram a moldar, senão construir, a forma do artista. Ele saiu do campo exclusivamente das letras passando para o campo das artes visuais, deixando bem claro o seu talento e habilidade com as exposições das suas séries, unindo assim a poesia e a publicidade. O poeta confessa que ainda tentou sempre deixar a poesia presente na publicidade, mas com o tempo foi aprendendo a separar as duas profissões. Nascia o Ítalo Lima como o conhecemos hoje, o artista visual e poeta. “É gostoso você saber que estamos a todo momento nos reconstruindo e nos reformulando”, afirma Ítalo Lima.

Da aflição ao poema

“A solidão é um troço que a gente tem que curar sozinho”, declama Ítalo Lima ao falar sobre o tema principal das suas poesias. E é a aflição que ele encontra em si mesmo e também no outro que ajuda na composição dos seus versos. Enxergar o outro é mais que extrair elementos para a sua arte, é se reconhecer naquilo que desespera as pessoas, é somar as dores e transformar tudo aquilo em arte. Por isso o poeta é um grande observador, é também uma grande esponja do mundo que absorve os sentimentos dispersos. Portanto o poeta diz ser um bom ouvinte. “Eu adoro quando eu olho nos olhos do outro e ver que eu posso ajudar de alguma forma, seja com a palavra, seja com a forma”, diz o poeta. A solidão está em tudo, é preciso compreender a própria solidão para aprender a conviver com ela. Ítalo transformou os demônios do passado, o medo da rejeição materna e as decepções amorosas em arte, transcendeu e fez da ferida tinta para as suas rimas.

“A poesia é um retorno ao útero, foi a forma que eu encontrei de me sentir vivo e é através da poesia que eu sou, então a minha manifestação maior sempre será a palavra.” Ítalo Lima

A materialização da poesia

Os quadros de Ítalo Lima são verdadeiras companhias, o poeta conta o quanto acha mais aprazível o formato das poesias expressas nos quadros do que nos livros. “Um quadro na parede cura qualquer solidão”, diz Ítalo. Nos quadros ele diz poder brincar com a forma da palavra, a fonte, cores e outros elementos que o livro não permitiria fazer. O livro, portanto, veio para acalentar as pessoas que queriam ter a poesia mais perto de si, por isso o livro “Quando a gente se mata numa poesia” é bem simples, não traz nada de visual como os quadros, valorizando a palavra e não a forma. A poesia de Ítalo Lima ultrapassa as paredes, salta os papéis, viaja pelas redes sociais, chega inclusive aos aplicativos de relacionamento. O poeta tenta levar aquilo que ele tem de melhor, a sua poesia, para ajudar a curar as pessoas, mesmo que doa ele conta que é preciso enfrentar a própria solidão, as dores que acometem a alma e parar de tentar mascarar nossos medos e aflições.

Desafios do artista

Para Ítalo Lima a grande transformação na sua via aconteceu após 2014 quando começou a usar as redes sociais para expor o seu trabalho como artista visual e poeta, foi nesse período que ele se aceitou como poeta. Ítalo cita alguns momentos na sua carreira como a entrada no curso de Publicidade e Propaganda, a entrada na agencia Aloha, aqui ele destaca o papel que a professora Letícia Aguiar teve para a sua carreira já que foi ela quem acreditou no seu potencial e convidou o aluno para a agencia Aloha. Além disso ele aponta a entrada na agencia S/A Propaganda e frisa o quanto aprendeu com os profissionais Luri Almeida , André Gonçalves e Irineu Santiago na S/A Propaganda. A soma de conhecimentos adquirido ao longo do contato com o curso, professores e as agencias transformaram e agregaram novos conhecimentos. O poeta conta que os maiores obstáculos que enfrentou nas artes foram os seus próprios conflitos internos, além do preconceito que sofreu por ser novo e por causa do conteúdo erótico presente nas suas poesias. “Quando a gente se aceita, aceita o outro, a gente passa a viver num mundo mais harmônico. E o erotismo permite isso, ele é uma forma de se aceitar, de transcender o limite da carne, da pele e dos prazeres”, desabafa o poeta. E ele frisa o quando é angustiante ser poeta, perceber as fragilidades, as dores nos olhos das pessoas e se identificar com aqueles sentimentos sem ter muito o que fazer, ter essa sensibilidade para Ítalo é desafiador.

A palavra que consola

No mundo que prioriza os individualismos ser altruísta é no mínimo estranho. A poesia invade os espaços, traduz um pouco das nossas aflições e poucos são os poetas que preferem curar a serem curados. Ítalo Lima assume esse papel, um mensageiro da cura, a cura por meio da poesia. Todas as direções da poesia do Ítalo nos levam a enfrentar aquilo que mais tememos que é a nossa solidão, afinal a poesia é o retorno ao útero, onde o poeta se completa, sente-se vivo, manifesta todas as suas inquietações. Para o poeta a poesia é um manifesto, uma forma de verbalizar os sentimentos, é, pois, verbo. Ítalo apesar da pouca idade demonstra a sua maturidade poética a cada trabalho, consegue conquistar e irritar o público com as suas poesias eróticas, não modera as palavras e mesmo assim acaba encantando até os mais inflexíveis olhares. A palavra é o seu confessionário, o seu abraço e o seu melhor remédio.

Contatos

http://facebook.com/italolimapoesias

http://instagram.com/italolimapoesias

http://instagram.com/italo_ccl

Fotos

Livro

“Quando a gente se mata numa poesia” (2017).

Outras fontes

https://inside.meionorte.com/interna-insidetv,1633,inside-tv-entrevista-com-o-poeta-talo-lima.html

http://www.literaturabr.com/2017/08/30/poesia-de-italo-lima/

Última atualização: 24/08/2017

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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