Registrar momentos inesquecíveis ou mesmo triviais, assim como eternizar uma época, uma paisagem ou a história de um povo são apenas algumas das diversas funções que a fotografia possui. A fotografia transita entre o documento e a arte, podendo inclusive revelar, denunciar e emocionar. É considerada a arte do olhar, pois é através do olhar treinado do fotógrafo, sua sensibilidade e sua perspectiva que a imagem é registrada e ganha forma. Assim são as fotografias de Juscelino Reis que já foi desenhista, hoje é designer gráfico e fotógrafo profissional. Ele nasceu em 1962 em São Miguel do Tapuio. Viajou o Piauí, Ceará e Maranhão registrando paisagens diversificadas. Seus trabalhos estão em todos os lugares, já registrou muitos detalhes da geologia, natureza e particularidades do Piauí. Fotografou a Serra Vermelha, participou de exposições tal qual “Piauí Paisagens” junto com outros fotógrafos. Onde quer que você olhe verá uma de suas fotografias.
“O belo é aquilo que fisga em um piscar de olhos.” Juscelino Reis
Nome Completo: Juscelino Reis
Descrição: Fotógrafo, desginer e artista plástico
Data de Nascimento: 1962
Local de Nascimento: São Miguel do Tapuio
A geologia na fotografia
Juscelino Reis nutriu desde cedo a paixão e curiosidade pelos elementos geológicos, aos 12 anos de idade ele já gostava da geologia, como a mineração e a arqueologia. Suas fotografias trazem essa característica, que é o destaque na sua arte. “Sempre tive contato com estes elementos regionais, pintura, gravuras e tudo que compreende a fauna e a flora”. O fotógrafo conta que São Miguei do Tapuio tem muitos sítios arqueológicos e isso despertou o desejo e a sensibilidade para querer registar esses locais, mas não foi apenas a proximidade com a cidade que despertou esse interesse e sim o contrário. Foi exatamente porque saiu muito cedo de sua cidade natal que o jovem começou a perceber as particularidades do local e passou a se encantar com essa paisagem, já que sempre retornava à terra natal para aproveitar suas férias. Esse foi motivo que lhe despertou o interesse por fotografias de natureza e paisagens. Segundo o fotógrafo a descoberta da fotografia aconteceu: “na película analógica, quando se fazia a fotografia em filme de poliéster emulsionada em sais de prata para serem vistas depois de reveladas em papel fotográfico”. Juscelino Reis continua explorando as gravuras rupestres, usando-as como fonte de inspiração para seus trabalhos com estampas que se baseiam nas gravuras e pinturas rupestres.
Como nasceu o fotógrafo
São tantas as referências de Juscelino Reis que seria injusto citar apenas alguns nomes. Sua paixão por fotografias que retratam a natureza e os momentos sutis que maximizam a beleza estão entre essas fontes de inspiração. Com o advento da internet é possível ter acesso às obras de fotógrafos de qualquer lugar do mundo, coisa que facilita a troca e o consumo das diversas experiências entre os artistas. Juscelino Reis conta sobre as mudanças que acometem o campo da fotografia diariamente, sempre há algo novo que serve para facilitar a vida do fotógrafo. Ele conta ainda que sua paixão pela fotografia se deu ao observar a chegada da estação das chuvas no semiárido, aquela beleza cromática despertou um sentimento de querer apreender aquela imagem para além da memória, foi então que experimentou as primeiras fotografias feitas com as famosas Kodak Instamatic de filme. Sua história e paixão pela fotografia aconteceu aos 16 anos de idade quando começou a fazer fotos da natureza, focando nos cactos e as paisagens do sertão
A beleza incomum da aridez
Juscelino Reis diz que a arte é: “Tudo aquilo que tem uma beleza incomum” ela também “representa a visão e imaginação de um artista”. E complementa dizendo que “o belo é aquilo que o atrai, que faz a sua imaginação penetrar fundo, a visualizar algo muito além do que é normal, é aquilo que fisga você em um picar de olhos, como uma atração magnética”. Juscelino Reis usa as texturas e os elementos rústicos das regiões áridas do nordeste brasileiro. O fotógrafo relembra que gostava de desenhar com nanquim, além de experimentar o pontilhismo com bico de pena, fazia também a arte final para logomarca, usava a serigrafia e tudo isso na antiga prancheta com régua “T”. Atualmente o fotografo trabalha com design e artes gráficas. E nesse processo de autoafirmação do seu estilo ele relembra o trabalho com a aerografia (técnica de pintura que usa ar comprimido e onde tudo é feito com uma mini caneta que usa tinta e um compressor para se aplicar na superfície da tela ou usar no retoque de imagens publicitária). Dentre as várias câmeras que obteve a primeira máquina profissional foi uma top Nikon F3.
“A arte é tudo aquilo que tem uma beleza incomum, uma coisa que representa a visão e imaginação de um artista”. Juscelino Reis
O caminho de pedras
Juscelino Reis fez inúmeras expedições pelo Piauí, suas incursões sempre tem o fator do risco, contudo são justamente as áreas mais inóspitas e de difícil acesso que permitem a criação das fotos mais belas, com uma maior visibilidade. E é claro que essas boas fotos o coloca em situações de riscos, principalmente nas subidas dos paredões ou nas encostas. Mesmo assim ele conta que tais experiências valem o risco, pois “cada dia tem sua magia”. Nessas expedições não há momento para descansar, sempre há um novo cenário para captar e realizar trabalhos maravilhosos. Juscelino Reis tem uma paixão pela foto com baixa exposição, gosta de registrar o céu com a via láctea e todo o horizonte contento essa parte da natureza. E quem acha que dia de chuva não é dia de fotografia engana-se, pois ele diz que a chuva e tempestade trazem consigo os raios que ficam bonitos na fotografia.
A arte em Teresina
Juscelino não condena o avanço tecnológico já que as novas tecnologias trazem muita praticidade, além disso vale lembrar que os equipamentos mais avançados ficaram mais acessíveis. Apesar das dificuldades iniciais ele fala que a sua inserção no mundo da fotografia foi tranquila, pois já estava imerso no mundo das artes, a fotografia veio para acrescentar o trabalho gráfico que já possuía, ela só complementou. E para otimizar a qualidade das imagens o equipamento faz muita diferença, pois existem equipamentos compostos por câmera, lentes com cristais e uma velocidade melhor para o controle de luz. Para Juscelino, ainda há a comercialização da fotografia e por preços baixíssimos, apesar de tudo isso ele conta que a cidade tem como virtude o famoso pôr do sol e toda a gama de cores quentes. O fotógrafo conta o quanto fica maravilhado ao conseguir registrar quando os elementos se encontram e formam uma visão particular, momentânea, exatamente por isso que o fotógrafo deve estar sempre em estado de alerta, atento ao seu redor.
Um olhar atento e sensível
Juscelino Reis registrou muitas paisagens e lugares de referência do Piauí e adjacências. É um apaixonado pela beleza natural do nosso estado e transmite isso na sua arte. Encontrou na fotografia uma forma de aperfeiçoar a sua arte. Nas suas andanças se deparou com muita coisa, desde paisagens, animais silvestres e até lugares abandonados e pontos turísticos. A fotografia não mostra apenas o belo, às vezes mostra o que não ignoramos, serve inclusive como denúncia. Juscelino vez por outra se depara com situações de descaso e para conseguir fotos desafiadoras precisa ir onde poucas pessoas vão e desafiar todos os seus limites. Suas fotos também contam muitas histórias e registram as riquezas que possuímos. Juscelino captura desde a cidade que cresce, até as paisagens naturais mais longínquas. Seu olhar atento enxerga aquilo que a agilidade da urbanidade muitas vezes não nos permite perceber.
Contatos
http://www.500px.com
http://facebook.com/juscelreis
http://www.instagram.com/juscelreis
Fotos
Lista de exposições
“Piauí Paisagens” (2017)
Outras fontes
http://180graus.com/consultoria-empresarial/juscelino-reis-e-destaque-no-facebook-com-imagens-do-piaui-537875
Última atualização: 24/06/2017
Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.