O bailarino, coreógrafo, produtor, professor e diretor Luís Carlos Vale é formado em Pedagogia pela UFRPE, com especialização em Gestão Cultural pela mesma universidade e formação no Curso Técnico em Dança pela Escola Técnica de Artes Gomes Campos em Teresina. Iniciou sua formação no Projeto “Dançar” (1998) no NAICA – Dirceu (Núcleo de Apoio à Criança e ao Adolescente). Atuou como bailarino clássico na Academia Helly Batista (2000-2001), no Corpo de Baile Oficial do Estado do Piauí (2002-2003) onde dançou no espetáculo “O Lago dos Cisnes” (2004), na Academia de Ballet Júlio César (2004-2005) e na Academia Le Ballet Stúdio de Dança (2008-2009) fazendo parte do trabalho “Dom Quixote” (2004). Foi bailarino contemporâneo participou dos musicais “Mulheres Plurais” (2001) e “Elis Vive” (2002) pela Cia. Equilíbrio de Dança (1999- 2006), também passou um período na Virtus Cia. de Dança (2008-2009). Com uma vasta experiência artística, Luís Vale ainda explorou o universo teatral com o espetáculo “Batalha do Jenipapo” (2005-2008) e no cinema participou dos filmes “Mocambinho” (2011), além do filme “Os Sonhos de um Sonhador – A História de Frank Aguiar” (2009). Como interprete criador integrou o Núcleo de Criação do Dirceu (2006-2008) experiência na qual gerou algumas participações em montagens como Homúnculos, etc.
“A dança: é isso que eu quero… eu nunca parei de dançar.” Luís Vale
Nome Completo: Luís Carlos Machado do Vale
Descrição: Bailarino, professor, produtor, diretor e coreógrafo
Data de Nascimento: 18/09/1981
Local de Nascimento: Teresina-PI
“Uma vida dedicada à dança”
A dança sempre esteve presente na vida de Luís Vale. Os primeiros estímulos vieram das festas frequentada pelo menino, seja observando seus pais dançando ou experimentando seus primeiros passos (por volta dos 10 anos de idade). Desde muito cedo o menino demonstrava a habilidade para a arte, deixando seus pais admirados. Nesse tempo a lambada foi uma das primeiras referências na Dança, posteriormente Luís sentiu a necessidade de se profissionalizar na dança, entretanto seus pais não levaram o interesse do menino a sério e ele mesmo ainda não tinha idade suficiente para procurar concretizar o seu projeto. Com a maior idade, em 2008, pode finalmente investir nesse sonho, foi quando disse para os pais que queria dançar e comprometeu-se a ser bem-sucedido nessa área, sua futura profissão. Luís Vale sempre dançou, ainda que de forma não profissional e mesmo quando se questionou sobre o caminho que havia escolhido para sua vida, teve a convicção de que a Dança era o que ele queria. Prestou vestibular para alguns cursos, mas no final escolheu a dança. Dançar também exigiu alguns sacrifícios, principalmente por causa da rigidez do balé clássico que exige um esforço para se executar movimentos precisos até que o corpo do bailarino vá se adaptando aquele estilo. Apesar disso, Luís não ficou circunscrito no universo da dança, explorou outras artes e está sempre contribuindo de forma significativa para as diversas linguagens na qual se propõe investigar.
As dores e os prazeres da dança
Para Luís Vale a “Dançar é vida, é se relacionar com as pessoas”. A Dança é movimento, é uma forma de expressão e como tal tem suas características, tem várias linguagens. Existe uma variedade de estilos cada um com uma identidade, ela é democrática, pois é abrangente e tem para todos os gostos. Por isso a dança consegue encantar tanta gente, ultrapassar fronteiras regionais e culturais. Luís Vale já experimentou alguns desses estilos, participou e coreografou grandes montagens. Dedicou-se de tal forma que assistia aulas de dança todos os dias pela manhã no período que participou do Corpo Baile Oficial do Piauí, enquanto suas tardes e noites ou eram preenchidas ministrando ou participando das aulas. A beleza na dança exige um grande esforço para construir movimentos precisos, o que o público enxerga é o resultado de um estudo apurado dos movimentos. Atualmente Luís se divide entre o trabalho no teatro João Paulo II, a Escola de Teatro, a Escola de Dança do bairro Santa Maria ou como produtor. Suas maiores referências são Klauss Viana, Pina, Marcelo Evelin, Eli Batista e Cid Ribeiro. Desses diálogos surgiram trabalhos variados que demonstram a evolução de Luís como dançarino e que continuaremos conhecendo ao longo da semana.
A descoberta
Dos diversos momentos que marcaram a vida de Luís Vale, a sua passagem pelo Núcleo de Criação do Dirceu (NCD) representou um divisor de águas, pois foi o momento de experimentar de uma nova linguagem, afinal foi quando descobriu a sua própria dança. Até então, o dançarino participava de trabalhos nos quais a dança era construída por outras pessoas e a inauguração do Teatro João Paulo II no bairro Dirceu foi primordial para essa mudança, pois foi quando Marcelo Evelin foi convidado para retornar ao Brasil assumindo a direção do teatro. Luís Vale relembra que recebeu o convite para participar de algumas aulas de dança e posteriormente participou do primeiro “Instantâneo”, projeto votado para improvisações, antes mesmo da criação do Núcleo de Criação do Dirceu. “Foi nesse período, com Marcelo, que descobri minha dança. Descobri que podia fazer da minha forma, respeitando o meu corpo, aí foi uma desconstrução. Tive que desaprender tudo para tentar me encontrar dentro de tudo isso”, comenta o dançarino. Fez parte de montagens como “Homúnculos”, “Alive”, “Quando a cabeça voa, os membros vadiam” e “O jardim das cerejeiras”. Além disso criou o espetáculo “A Mão e o Pilão” junto com o bailarino Elielson Pacheco, participando do panorama da dança de 2007. Sentindo a necessidade de ter o próprio espaço, Luís deixa o NCD e vai em busca de outro caminho artístico.
“Tudo que é vida dança.” Luís Vale
O ponto de equilíbrio
A busca de Luís Vale por um novo caminho coincidiu com o convite de Valdemar Santos para prestar assessoria para o grupo Cia Equilíbrio no espetáculo “O ovo e a galinha”. Ambos sairiam transformados desse encontro, pois Luís começou a compartilhar os seus conhecimentos e sentiu a necessidade de criar e produzir algo que permitisse um crescimento para ambos os lados. Isso se daria por meio de uma instituição. Então veio a ideia de criar uma ONG, foi quando Luís se uniu a Valdemar, Beth Batalli e de outras bailarinas para concretizar o empreendimento. Dessa forma a OPEQ) foi criada sendo, posteriormente, contemplada com Prêmio Funarte graças ao espetáculo “Palmares”. A ONG surge com a ideia de ser um lugar para viver, experimentar e criar a arte. É um espaço para produção da arte e valorizando o trabalho dos artistas, oferecendo aulas de dança, de circo, etc. Tem como característica ser inclusiva, pois tem projetos para crianças, pessoas com deficiência, pessoas vivendo com HIV e remanescentes quilombolas. Além do trabalho na OPEQ, Luís comenta que o seu trabalho como coreógrafo, atualmente, é dar ferramentas para que o bailarino encontre no seu próprio corpo a dança.
A dança que une, a dança inclusiva
“Tudo que é vida dança”, afirma Luís Carlos. Quem acha que existe um perfil rígido para ser um dançarino com certeza ainda não assistiu os espetáculos do projeto Dança Eficiente que une bailarinos com corpos diversos. Luís Vale conta que a ideia de investigar a dança inclusiva veio de Valdemar Santos) em 2004. Eles tiveram algumas dificuldades tanto por parte dos professores quanto por parte dos alunos, pois se tratava de um público até então desconhecido. “Você tem que entender que a dança não precisa ser certinha, todo mundo igual. A partir do momento que meu corpo exerce um movimento dentro da minha mecânica, dentro da minha vontade, da minha necessidade, isso já é dança”, comenta o dançarino. Luís Vale relembra o quanto o projeto foi transformador tanto para ele quanto para as pessoas que participavam das coreografias, essa experiência revelou os obstáculos, preconceitos e possibilidade da dança. Foi a partir dessa experiência que o dançarino percebeu que todos são iguais, começou a trabalhar com pessoas que tinham outras limitações. “Eu me tornei uma pessoa mais sensível, acessível, compreensivo. Melhorei como ser humano, fiquei menos preconceituoso. Acho que todo mundo deveria ter essa experiência de troca com as pessoas”, diz o artista.
Uma vida dedicada à arte
O bailarino conquistou um espaço de destaque em Teresina, pois além do talento nato desenvolveu ao longo de sua trajetória projetos que modificaram a vida de muitas pessoas, questionando a ideia que costumamos nutrir sobre limitações físicas. Sua característica para se adaptar ao novo fez dele um artista capaz de versar pelos mais variados estilos. Luís está sempre em movimento, para ele “o grande desafio na dança é superar as ilhas que são criadas e que se comunicam pouco”. Dialogar, trocar experiências, é essencial para superar as dificuldades. É preciso descobrir-se, parar de importar e descobrir a nossa identidade. “Eu penso que a dança de Teresina está na dança popular, que está morrendo com seu Agenor Abreu, com a cultura do boi”, afirma o Luís. Ele diz que se identifica muito mais com a dança folclórica, mais até que com a dança clássica, e continua: “Quando eu vejo a manifestação folclórica de São Gonçalo em Barra do Alcântara, que eu estava com uma vela vendo a dança, pois eu não enxergava o povo dançando. Aquela é a dança do Piauí, por isso você não vê, porque ela está no escuro, ela está onde as pessoas não estão”. Luís está intimamente ligado à dança, seja emocionando nos palcos ou guiando os dançarinos para que estes encontrem a sua própria dança e sejam também criadores.
Contatos
http://instagram.com/luiscarlosvalepi
+55 86 99929-0902
Fotos
Vídeos
Espetáculos e montagens
Danças Populares – Edital de Microprojetos no Programa Mais Cultura 2010;
Musical Palmares – Edital Ideias Criativas para 20 de novembro – Fundação Cultural Palmares 2010;
Sala de Espetáculo e Formação Ponto de Equilíbrio – Prêmio PROCULTURA de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro 2010;
Cem Ruas – Prêmio FUNART de Dança Klauss Vianna 2010;
Articulando o Controle Social para a Promoção dos Direitos Humanos das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS – Convênio Secretaria de Saúde do Estado do Piauí 2011;
Dança Eficiente – Prêmio Arte e Cultura Inclusiva Edição Albertina Brasil Santos – Minc 2011;
Espetáculo Emoções – Fundação Cultural do Estado do Piauí 2012;
Jovens Veredas – Edital de Seleção de Projetos de Juventude – SEMJUV 2012;
Dançando Onde o Povo Está – Programa BNB de Cultura parceria com BNDES 2013;
Ringue Klauss Vianna de Dança Contemporânea – Programa BNB de Cultura parceria com BNDES 2013;
Do Eu Sertão – Programa BNB de Cultura parceria com BNDES 2013;
Quilombo Mimbó – Edital II Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras 2013;
Musical Palmares – Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014;
Cultivando Cresço e Apareço – Edital de Seleção de Projetos de Juventude – SEMJUV 2014;
Equilibrista de Formação em Circo – Edital Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo 2015;
Espetáculo A Minha Maneira, Cia. Dança Eficiente edital Lei Municipal de Incentivo á Cultura A. Tito Filho 2016;
Jovem Posithivo, em convênio com Secretaria de Saúde do Estado do Piauí por meio da Coordenação de Doenças Transmissíveis/Supervisão de DST/AIDS 2016.
Outras fontes
http://180graus.com/franklin-pires/espetaculo-com-cadeirantes-e-bom-exercicio-para-os-bailarinos-437224.html
Última atualização: 10/06/2017
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